O endividamento familiar tornou-se uma epidemia financeira no Brasil. Hoje, a cada 100 famílias no País, 79 estão endividadas, conforme levantamento mensal realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A maior parte dessas dívidas não está atrelada a bancos, e sim a serviços em geral, como contas de luz, de telefone e de internet, carnês de loja e prestações de carro e casa.
Com tanta dívida, o País tem atingido níveis recordes de inadimplência, já que muitas famílias não conseguem pagar suas contas em dia. É o maior volume desde 2010, quando teve início a série histórica monitorada pelo CNC.
O Estadão procurou as equipes de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para detalhar que medidas cada um pretende adotar caso vença o segundo turno das eleições, em 30 de outubro.
Na campanha do petista, a ideia é criar um programa de renegociação das dívidas das famílias e das pequenas e médias empresas, com apoio de bancos públicos e parceria com bancos privados, para oferecer condições de renegociação com os devedores. O principal projeto destas ações foi batizado de "Desenrola", que mira as dívidas não atreladas a bancos, mas a serviços em geral.
Já o plano de governo 2023-2026 apresentado por Bolsonaro não faz menção direta ao tema. Pelo que se pode deduzir, a partir de afirmações já feitas pelo presidente e que constam em seu programa, o foco é incentivar a geração de empregos, para reaquecer a economia e dessa forma ampliar o poder de compra. Não existe, porém, nenhuma proposta clara que envolva diretamente renegociação de dívidas atuais, por exemplo.
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