O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer Henrique Meirelles usou suas redes sociais para compartilhar uma entrevista ao Brazil Journal. Cotado para assumir uma pasta no governo Lula, preferencialmente a Fazenda, Meirelles relembrou o período em que comandou o BC, dando as diretrizes que deverão ser seguidas pela nova gestão petista.
"Um dos desafios do novo governo será criar as condições para que o Banco Central possa baixar os juros. No momento em que houver uma política econômica com responsabilidade fiscal e direcionamento claro, estarão criadas as condições para que a taxa básica de juros caia", disse Meirelles.
Com o novo governo prestes a assumir com Selic no patamar dos 17%, a indicação de Meirelles é de que o governo Lula atue fortemente no controle da inflação, e consequente redução da taxa de juros, sem perder de vista o arcabouço fiscal.
"A confiança veio com medidas assertivas e sinalização da responsabilidade fiscal. Em 2016, quando fizemos reformas e sinalizamos um compromisso com a responsabilidade fiscal, a inflação caiu, o BC pôde reduzir os juros e o país pôde voltar a crescer. Juros altos são consequência de problemas anteriores na economia. Para fazer os juros caírem de forma sustentável, é necessário atuar na cadeia das causas: a falta de credibilidade da política fiscal , a desvalorização da moeda, a inflação alta", assegurou Meirelles.
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Ele continuou: "Quando existem ações para recuperar essa credibilidade, os efeitos costumam ser rápidos. Por um motivo simples: projeções de mercado são feitas com base em um cenário provável de política econômica, de inflação. Quando mudam as hipóteses, mudam a inflação prevista, a taxa de juros necessária, muda o quadro todo. É o que acontece quando o fiscal e o monetário operam juntos, com direcionamento certo. Com política econômica confiável, o juro cai".
Governo já planeja PEC para Auxílio de R$ 600
O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), destacou a necessidade de se aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial da Transição para poder reformular a peça orçamentária do novo governo.
A tramitação da PEC da transição está sendo negociada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para retirar do teto de gastos a manutenção do valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, e também para viabilizar outras promessas feitas pelo petista durante a campanha.
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