INFLAÇÃO

Inflação de 2022 ainda estoura meta, com alimentos mais caros

A inflação acumulada de 2022 foi puxada principalmente pelos alimentos e bebidas, que tiveram alta de preços de 11,64% no ano

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 10/01/2023 às 19:54 | Atualizado em 10/01/2023 às 19:57
Valter Campanato/Agência Brasil
INFLAÇÃO Ano de 2022 ainda foi marcado pela alta dos alimentos - FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil

Com Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou 2022 com uma taxa de 5,79% acumulada no ano. O índice ficou abaixo dos 10,06% acumulados em 2021, ainda estourando a meta, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação acumulada de 2022 foi puxada principalmente pelos alimentos e bebidas, que tiveram alta de preços de 11,64% no ano, acima dos 7,94% de 2021. Também tiveram impacto importante os gastos com saúde e cuidados pessoais, que ficaram 11,43% mais caros. O grupo de despesas vestuário, por sua vez, teve a maior variação no mês: 18,02%.

Os transportes ajudaram a frear o IPCA de 2022, ao registrar deflação (queda de preços) de 1,29% no ano. Esse grupo de despesas havia acumulado inflação de 21,03% no ano anterior.

O grupo comunicação também fechou o ano com deflação: -1,02%. Os demais grupos apresentaram as seguintes taxas de inflação no ano: artigos de residência (7,89%), despesas pessoais (7,77%), educação (7,48%) e habitação (0,07%).

Inflação de dezembro

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,62% em dezembro. A taxa ficou acima do 0,41% do mês anterior mas abaixo do 0,73% de dezembro de 2021.

A maior alta de preços do mês veio do grupo saúde e cuidados pessoais (1,60%), que também teve o maior impacto na inflação oficial no período. Os itens com maior impacto nesse grupo foram produtos de higiene pessoal (3,65%), em especial os perfumes que, com uma alta de 9,02% tiveram o maior impacto individual no IPCA.

Com uma inflação de 0,66%, os alimentos e bebidas tiveram o segundo maior impacto na inflação oficial de dezembro, puxados pelas altas de preços de produtos como tomate (14,17%), feijão-carioca (7,37%), cebola (4,56%) e arroz (3,77%).

Nenhum grupo de despesas apresentou queda de preços no mês. Mas grupos como transporte e habitação tiveram mais baixas que em novembro. Os transportes tiveram taxa de 0,21% em dezembro, abaixo do 0,83% de novembro, devido às quedas de preços da gasolina (1,04%), óleo diesel (2,07%) e gás veicular (0,45%).

As altas de preços do etanol (0,48%), das passagens aéreas (0,89%) e dos pedágios (3%) mantiveram os transportes com inflação.

Habitação passou de 0,51% em novembro para 0,20% em dezembro, devido às altas menos intensas, em dezembro, de itens como aluguel residencial (0,40%) e energia elétrica residencial (0,20%).

Inflação no Recife

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA na RMR mostra um avanço de 0,88 nos preços durante o mês de dezembro, acumulando alta de 5,80 ao longo do ano de 2022, bem próximo ao resultado nacional de 5,79%. Com esse resultado, a RMR tem a 4ª maior inflação do país no mês de dezembro e a 7ª maior inflação do país no ano. O IPCA acumulado em 2022 foi de 5,80%, abaixo dos 10,42% acumulados em 2021.

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o grupo de habitação apresentou retração de preços de 0,15%, influenciado pelo recuo nos preços da energia elétrica de 0,52% com resultado da redução das alíquotas de PIS e COFINS.

Os destaques de alta ficaram pelos grupos de saúde e cuidados pessoais com alta de 1,73% e
de vestuário, com avanço de preços de 1,48% no mês.

Já o grupo de Alimentação e bebidas, o de maior peso na composição do índice, variou 0,72%. Esse resultado impacta mais fortemente as famílias com menor poder aquisitivo e que têm na alimentação o maior dispêndio no orçamento familiar.

Ao longo do ano, o grupo de vestuário foi o que apresentou maior avanço nos preços, com
aumento de 15,61%, seguido pelo grupo de saúde e cuidados pessoais que teve alta de
11,97%.

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