Mapa da Riqueza

Onde estão os 'ricos' do Brasil? Ranking nacional aponta cidades e Estados onde estão as pessoas com maiores rendas

O Distrito Federal é a unidade da Federação dos mais ricos do Brasil. Conhecido por seus estudos sobre pobreza, dessa vez o economista Marcelo Neri fez um Mapa da Riqueza, mas que também expõe a desigualdade no País

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 15/02/2023 às 17:04 | Atualizado em 15/02/2023 às 17:05
Catedral de Brasília (Reprodução)
O Distrito Federal é a unidade da federação mais rica do Brasil, com maior renda média e também com maior patrimônio médio por habitante - FOTO: Catedral de Brasília (Reprodução)

Onde estão as pessoas mais ricas no Brasil? A FGV Social tenta responder a essa questão com sua nova pesquisa: o Mapa da Riqueza. Além de trazer o ranking das cidades e dos Estados onde estão os ricos do País, o estudo também tenta responder como a pandemia impactou a desigualdade e a distribuição geográfica da riqueza País.

O Distrito Federal é a unidade da federação mais rica do Brasil, com maior renda média e também com maior patrimônio médio por habitante no País. A renda média no DF é de R$ 3.148, com patrimônio médio de R$ 94.684.

Depois do DF, São Paulo aparece em segundo lugar no ranking tanto de renda (R$ 2.063) quanto em patrimônio (R$ 90.776). O Rio de Janeiro, por sua vez, ocupa a terceira posição no ranking de patrimônio (R$ 63.128), mas apenas a sexta em renda (R$ 1.754).

Entre as capitais, o ranking é liderado por Florianópolis (R$ 4.215), seguido por Porto Alegre (R$ 3.775) e Vitória (R$ 3.736). O economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), explica que um dos diferenciais da pesquisa é incluir os dados do Imposto de Renda, que permite mapear os mais ricos.  

“Quando a gente inclui os dados do Imposto de Renda, consegue mensurar melhor quem está no topo da distribuição de renda no Brasil. É um ganho frente às pesquisas domiciliares, que nem sempre conseguem bom retorno em condomínios de luxo, por exemplo, ou a declaração de renda não é tão clara. Com o estudo, consegue chegar até ao nível de município e em alguns casos, e mostra onde estão as maiores riquezas no Brasil”, destaca Neri.

Renda Média da População por Estado

BRAsil -  R$ 1.310 
DF - R$ 3.148 1
SP - R$ 2.093 2
RJ - R$ 1.754 3
RS - R$ 1.673 4
SC - R$ 1.652 5
PR - R$ 1.559 6
MT - R$ 1.363 7
MS - R$ 1.350 8
MG - R$ 1.153 9
ES - R$ 1.135 10
GO - R$ 1.092 11
RO - R$ 872 12
TO - R$ 809 13
RR - R$ 805 14
SE - R$ 748 15
RN - R$ 728 16
AP - R$ 718 17
PE - R$ 684 18
AC - R$ 654 19
AM - R$ 617 20
PB - R$ 609 21
BA - R$ 600 22
CE - R$ 583 23
PI - R$ 554 24
AL - R$ 552 25
PA - R$ 507 26
MA - R$ 409 27

RIQUEZA EXPÕE DESIGUALDADE

A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. Essa é a principal conclusão unindo a base de dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) à da Pnad Contínua: o índice de Gini (instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo) chegou a 0,7068 em 2020, bem acima dos 0,6013 calculados apenas a Pnad contínua.

Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é. Mesmo com o Auxílio Emergencial, ao contrário do que se acreditava, a desigualdade brasileira não caiu durante a pandemia. Pela abordagem usual o Gini teria caído de 0,6117 para 0,6013, já na combinação de bases o Gini, sobe de 0,7066 para 0,7068. Isso pois as perdas dos mais ricos (dos 1%+ foi -1,5%) foram menos da metade das da classe média tupiniquim (-4,2%), a grande perdedora da pandemia.

Outro objetivo do estudo é mapear os fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do último IRPF disponível. Esta análise é útil para desenho de reformas nas políticas de?impostos sobre a renda e sobre o patrimônio. “Assim, podemos pensar os critérios?para declaração do imposto de renda como uma linha de riqueza que permite identificar os residentes no país com maior poder de compra”, ressalta Marcelo Neri.

Unidades da Federação:

1º Brasília
2º São Paulo
3º Rio de Janeiro

RIQUEZA E POBREZA

A Unidade da Federação com a menor declaração de patrimônio por habitante é o Maranhão (R$6.3 mil). No outro extremo está o Distrito Federal (R$95 mil). Mas mesmo dentro da capital há muita concentração de riqueza, liderada pelo Lago Sul (R$1,4 milhão). A renda por habitante no bairro é de R$ 23.241,00, três vezes maior que o município mais rico do Brasil, que é Nova Lima, na Grande BH (R$ 8.897,00).

 


 


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