CONTAS PÚBLICAS

Governo tem déficit de R$ 60,9 bi em maio

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, houve avanço real de 8,5% nas receitas. Já as despesas subiram 14% em maio, já descontada a inflação

Publicado em 26/06/2024 às 20:52
Notícia

As contas do chamado governo central registraram déficit primário em maio. A diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 60,98 bilhões, invertendo o superávit de R$ 11,082 bilhões de abril. O resultado, que considera as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foi o pior em termos reais para o mês desde 2020, durante a pandemia. É também o segundo pior déficit da série histórica do Tesouro, iniciada em 1997. Em maio de 2023, o resultado havia sido negativo em R$ 45,014 bilhões, em valores nominais.

O resultado fiscal do mês passado ficou quase em linha com a expectativa do mercado financeiro, cuja mediana apontava para um déficit de R$ 58,10 bilhões, conforme levantamento do Projeções Broadcast.

No acumulado do ano até maio, o Governo Central acumula déficit de R$ 29,9 bilhões, o pior resultado desde 2020. Em igual período do ano passado, esse indicador era positivo em R$ 1,83 bilhão, em termos nominais. Em 12 meses até maio, o Governo Central apresenta déficit de R$ 268,4 bilhões, equivalente a 2,36% do PIB.

Apesar dos números de maio e do ceticismo do mercado, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse ontem que a meta fiscal de déficit zero em 2024 está mantida e é "viável", e que não há qualquer discussão para sua alteração. Ele também defendeu que nunca houve por parte do governo omissão na adoção de medidas que garantam o atingimento do alvo fiscal. "A distância entre o que mercado espera e nossas projeções no (relatório) bimestral para o resultado primário vem se encurtando", disse Ceron, argumentando também que o importante é garantir que o resultado ao fim do ano se insira dentro da banda admitida pelo arcabouço fiscal.

Contingenciamento

Em maio, as receitas do governo tiveram aumento real de 8,3% em relação a igual mês de 2023. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, houve avanço real de 8,5% nas receitas. Já as despesas subiram 14% em maio, já descontada a inflação e, no acumulado em cinco meses, a alta foi de 13%.

De acordo com Ceron, a equipe econômica está em processo de revisão da avaliação das despesas e receitas, que sairá no próximo relatório bimestral em julho, e garantiu que, se os números apontarem para alguma necessidade de contingenciamento, isso será feito. "A discussão sobre contingenciamento deve ser objetiva e serena", disse, ponderando que não vê "grandes elementos" que indiquem uma mudança relevante nas estimativas de receita e que "macroelementos" estão sendo observados.

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