iFood: ‘Não espere ver drone aqui’ para entregas nas grandes cidades brasileiras

Delivery já testa tecnologia no País, mas só deverá adotá-la em nichos específicos. Em contraponto, empresa estuda avanço no segmento de shoppings

Publicado em 23/07/2024 às 12:07 | Atualizado em 23/07/2024 às 12:49

Entusiasta da entrega de itens através de drones no Brasil, o Ifood não tem nenhum plano de levar o serviço (já realidade em países como os EUA) para grandes cidades brasileiras de forma ampla. De acordo com a empresa, o mobiliário urbano vertical é o grande fator impeditivo para este tipo de serviço no País, além da inviabilidade econômica para escalonamento do serviço.

“Não espere ver drone aqui (grandes cidades)”, diz o presidente do iFood, Diego Barreto. “Nos Estados Unidos (o mobiliário urbano) é horizontal. Pensar em fazer isso em São Paulo ou qualquer cidade média ou grande do Brasil só em situações específicas”, pontua. Desde janeiro de 2022, o iFood e a SpeedBird possuem autorização para a modalidade no Brasil, mas ainda mantêm o serviço em fase de testes. A empresa quer estar na dianteira do serviço, mas não objetiva ofertar em larga escala a alternativa tecnológica de entrega no País.

Um exemplo de uso possível é em regiões que concentram adensamentos pontuais, como condomínios residenciais próximos a centros de compras em rodovias, ou seja, regiões economicamente ativas, com menor verticalização urbana, no interior brasileiro.

iFood quer entrar no segmento de shoppings centers

Apesar do ambiente favorável para serviço no exterior, o que abriria portas para chegada do iFood em outros países, não está nos planos internacionalizar apenas essa modalidade de entrega ou os demais serviços como um todo. A estratégia é expandir verticais dentro das cidades brasileiras, incrementando ofertas como a entrega a partir de supermercados, farmácias, petshops e entrada no segmento de shopping centers, para além da alimentação. “Estamos testando shopping, como compra de conveniência”, adianta Diego Barreto. A ideia seria oferecer a compra e entrega de itens como roupas e calçados por meio do iFood, em curto prazo de tempo.

“Somos uma soma de serviços. Hoje já é possível operacionalizar no iFood a partir de R$ 300 (lojista). Esse é o valor mais barato para operacionalizar, e a comissão média do iFood é de 15% (sobre o total dos pedidos)”, pontua Barreto.

Com média de 97 milhões de pedidos feitos ao mês, o iFood tem investido fortemente em Inteligência Artificial. Desde 2018, quando se tornou unicórnio (avaliada em U$ 1 bilhão de dólares), a empresa contabiliza 143 modelos de IA proprietárias que, segundo o iFood, focam no desenvolvimento de ações de melhorias para os entregadores e otimização da plataforma para os usuários e vendedores, com soluções como aperfeiçoamento de fotos e textos dos anúncios de produtos.

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