Quaest: maioria não acredita que pacote fiscal de Haddad melhorará contas do governo
Alta do dólar também preocupa eleitores entrevistados. Por outro lado, a isenção do Imposto de Renda, anunciada junto ao pacote, foi bem avaliada.
A maioria dos eleitores brasileiros não acredita que o pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda ajudará o governo federal a melhorar as contas da União. É o que revela a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (11).
De acordo com o relatório, 68% dos entrevistados afirmaram que as medidas não serão suficientes para o governo ajustar as contas. Outros 23% afirmaram que o pacote poderá melhorarão o financeiro do governo Lula.
Esses dados foram obtidos a partir dos entrevistados que afirmaram ter conhecimento prévio do pacote de cortes anunciado pelo ministro no final de novembro (38% dos participantes). Outros 62% afirmaram não saber da existência das medidas.
Esse pouco conhecimento sobre o assunto pode ser reflexo dos problemas enfrentados pela presidência com a comunicação institucional, alvo de críticas do próprio presidente Lula na semana passada. O ministro da Secom, Paulo Pimenta, inclusive, entrou na mira de um possível corte ou remanejamento numa possível reforma ministerial.
Isenção do Imposto de Renda foi aprovada
A pesquisa também avaliou que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, anunciada em conjunto com o pacote fiscal, foi aprovada por 75% dos entrevistados.
O índice de aprovação é superior a 70% entre os que votaram em Lula, em Bolsonaro e também entre os que votaram em branco, anularam ou se abstiveram.
61% dos entrevistados acreditam que serão beneficiados pela mudança, seja pessoalmente, seja através de alguém da família.
Dólar
O levantamento também avaliou a percepção dos entrevistados sobre o valor do dólar. 72% dos entrevistados afirmou que a alta da moeda americana tem impacto sobre suas vidas.
A maioria concordou que o aumento da moeda vai fazer o preços dos alimentos e combustíveis subirem. Essa resposta foi consenso entre pessoas que votaram em Lula, Bolsonaro ou votaram em branco, nulo ou se abstiveram.
Somente 11% afirmaram que a alta não vai influenciar nos preços.
Pesquisa Quaest
O trabalho realizado pelo presidente Lula (PT) ao final do segundo ano de governo é aprovado por 52% dos eleitores e reprovado por 47%, de acordo com a nova rodada da pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (11). 1% não soube ou não respondeu.
Em comparação com o a pesquisa anterior, realizada em outubro, a aprovação de Lula subiu um ponto. A reprovação também teve alta e alcançou o maior índice do histórico da pesquisa, empatando com o mês de março de 2024.
Pela segunda vez no registro histórico da Quaest, a maioria dos entrevistados apontou que o governo de Lula é Regular (34%). Outros 33% avaliaram a gestão do petista como Positiva e 31%, como Negativa. Essa percepção repete a avaliação mensurada na pesquisa de outubro.
A última vez em que a maioria dos brasileiros avaliou o governo Lula como positivo, dentro dos registros da Quaest, foi em julho. Na época, ele somou 36% de índice favorável, contra 30% para Negativo e 30% para Regular.
A pesquisa Quaest foi realizada em 120 municípios brasileiros entre os dias 4 e 9 de dezembro e entrevistou presencialmente 8.598 eleitores com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro é de 1 ponto percentual e o nível de confiança é de 95%.