Famílias recifenses mantêm consumo moderado: ICF registra 104,7 pontos em fevereiro de 2025
O contexto por trás dos dados é desafiador, com a recuperação do emprego acompanhada por uma desaceleração no otimismo quanto ao consumo

Em fevereiro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela CNC e com recorte local da Fecomércio-PE, no Recife, apontou um índice de 104,7 pontos, o que se traduz em uma percepção levemente otimista das famílias sobre seu poder de compra e hábitos de consumo. Componentes como Emprego Atual e Renda Atual tiveram variações positivas de 1,5% e 1,8%, respectivamente, enquanto a Compra a Prazo subiu 2,5%. Por outro lado, a Perspectiva de Consumo caiu 2,5%, e o Momento para Duráveis teve recuo de 2,9%, o que aponta para uma cautela na intenção de adquirir bens de maior valor agregado.
O contexto por trás dos dados é desafiador, com a recuperação do emprego acompanhada por uma desaceleração no otimismo quanto ao consumo. Mesmo diante de um cenário econômico com pressões externas e internas, o otimismo das famílias está mais atrelado ao emprego e ao acesso ao crédito para justificar o nível de consumo.
COMPRA COM PRIORIZAÇÃO
Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, afirma que o resultado do ICF mostra que as famílias recifenses seguem consumindo, mas com mais critério e priorizando itens essenciais. “O recuo na intenção de compra de bens duráveis reforça a necessidade de estratégias que atraiam o consumidor e ofereçam condições mais acessíveis de pagamento. Para o comércio, a estabilidade do consumo, mesmo diante de um cenário mais difícil, é um indicativo de que o setor pode continuar se movimentando, desde que esteja atento às novas dinâmicas do mercado", destaca.
"Os dados do ICF mostram que, mesmo com uma queda no consumo e na intenção de adquirir bens duráveis, as famílias em Recife conseguem preservar seu poder de compra por meio do acesso ao crédito. Essa estabilidade da renda, relacionada ao emprego, também é importante para manter o nível de demanda no mercado, mesmo em tempos de maior incerteza", aponta Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE.