ACORDO NEGADO

'Alguns clubes devem aos jogadores desde janeiro. Como podem aceitar um acordo desses?', questiona advogado

Representante jurídico do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Pernambuco afirma que acordo proposto pela Comissão Nacional de Clubes de férias coletivas não foi aceito pelos atletas do Estado

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 23/03/2020 às 20:04 | Atualizado em 23/03/2020 às 20:11
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Jogadores que atuam em clubes de Pernambuco não aceitaram o acordo de férias coletivas com o pagamento de apenas 50% do salário na carteira e do direito de imagem - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

As negociações envolvendo o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Pernambuco e os representantes dos clubes estão travadas. Não houve nenhum tipo de avanço entre as partes. Pelo contrário. Nesta segunda-feira (23), quando procurado pela reportagem do Jornal do Commercio, o departamento jurídico do sindicato dos jogadores do Estado foi taxativo em dizer que a proposta oferecida de férias coletivas com o pagamento de apenas 50% do salário na carteira e do direito de imagem não passaria. Por dois motivos: por ser algo fora da lei e também pelo fato de que alguns clubes ainda estão com salários atrasados.

"Eu e Ramon (ex-atacante do Santa Cruz e presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Pernambuco) tivemos contato com alguns atletas. Os principais líderes. Eles chegaram a conclusão que não iriam concordar em hipótese alguma com a proposta da CBF e dos clubes. Vão aguardar para ver se as coisas melhoram (com relação ao coronavírus) ou que os clubes apresentem uma outra proposta para ser discutida, pois essa é praticamente inaceitável, principalmente porque alguns clubes ainda devem. Então, se eles devem desde janeiro, como os jogadores vão aceitar um negócio desses?", questionou Arthur Pedro Vieira, advogado do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Pernambuco, preferindo não revelar os clubes que devem e os jogadores procurados.

Segundo o jurista, não é justo que os atletas que sofram as maiores consequências pela paralisação do futebol. "Tem clubes que ainda devem aos jogadores. Eles queriam que os clubes pagassem os atrasados para depois discutir qualquer situação. Mas sabemos das dificuldades dos clubes, mas não dá pra aceitar essa proposta absurda. Parece que eles (os representantes das agremiações) querem jogar, esperar passar essa onda... E o clube não ter prejuízo. Sabemos que os clubes terão prejuízo, mas os atletas não podem ter o prejuízo total", ressaltou doutor Arthur Pedro.

DECISÃO LOCAL

O representante jurídico dos jogadores que atuam em Pernambuco deixou claro que essa decisão de não aceitar a proposta feita pela Comissão Nacional de Clubes é a do sindicato do Estado. "Essa é a posição do sindicato de Pernambuco. Agora vamos comunicar a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) o que decidimos. Tem outros sindicatos no Brasil e algum pode aceitar a proposta oferecida. Acredito que não, até porque é uma proposta fora da lei, que fala em reduzir 25%. Então, como vai descontar 50%? Isso é inviável", declarou o advogado.

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