Futebol Feminino

Atletas da seleção dos EUA voltam aos tribunais por igualdade salarial

No dia 1 de maio, um juiz havia negado a ação de 28 jogadoras contra a federação de futebol dos Estados Unidos, mas as atletas apelaram contra a decisão

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Publicado em 09/05/2020 às 16:54 | Atualizado em 09/05/2020 às 16:56
LIONEL BONAVENTURE / AFP
Na vitória norte-americana por 2x1, brilhou a estrela da atacante Megan Rapinoe - FOTO: LIONEL BONAVENTURE / AFP

A seleção feminina de futebol dos Estados Unidos deu o primeiro passo nesta sexta-feira para apelar da decisão de um juiz que rejeitou sua demanda por remuneração igual, informou a porta-voz das jogadoras.

"Hoje apresentamos uma moção que nos permite apelar imediatamente da decisão do tribunal", segundo comunicado da porta-voz Molly Levinson.

Em 1º de maio, um juiz federal julgou improcedente a ação de 28 jogadores contra a federação de futebol dos Estados Unidos, na qual elas exigiam receber os mesmos ganhos que seus companheiros de equipe. A decisão foi um revés para a batalha legal que as atuais campeãs mundiais enfrentam há um ano. Algumas de suas estrelas, como Megan Rapinoe, eleita melhor jogadora de 2019, criticaram imediatamente a decisão e informaram que apelariam.

 

Na decisão, o juiz Gary Klausner aceitou que algumas das reivindicações apresentadas pelas jogadoras em relação à diferença de tratamento em áreas como viagens, acomodação e assistência médica sejam levadas a julgamento, mas rejeitou o tema central do caso em relação à igualdade de remuneração .

Klausner argumentou que o caso não era justificado porque as jogadoras haviam rejeitado uma oferta nas negociações da CBA (acordo coletivo de trabalho) para receber da mesma forma que a equipe masculina. O magistrado também aceitou o argumento da federação de que, no período que cobre a demanda, entre 2015 e 2019, a equipe feminina recebeu mais dinheiro que a masculina, tanto em volume total como em média por jogo.

No comunicado, a porta-voz rejeitou categoricamente os dois pontos. Quanto ao primeiro, Levinson apontou que as jogadoras não podem ser discriminados ou perder o direito de reivindicar remuneração igual por terem de aceitar a melhor oferta feita pela federação.

Com relação ao fato de a equipe feminina ganhar salários semelhantes aos da equipe masculina, Levinson enfatizou que "remuneração igual significa pagar às jogadoras a mesma taxa por ganharem um jogo que os homens".

"O argumento de que as mulheres recebem o mesmo que os homens quando elas jogam quase que o dobro (de partidas) que eles não é salário igual", enfatizou.

Entre 2015 e 2019, a equipe feminina disputou 111 jogos e faturou 24,4 milhões de dólares, enquanto a equipe masculina jogou 87 partidas e ganhou 18,5 milhões, um número que seria substancialmente maior se a equipe tivesse se classificado para a Copa do Mundo de 2018.

A equipe feminina, campeã das Copas do Mundo de 2015 e 2019, reivindicou em seu processo a cobrança retroativa de 66 milhões dólares sob a Lei da Igualdade Salarial.

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