Futebol Internacional

Após 100 dias de paralisação, Premier League volta nesta quarta

Competição volta sem a presença da torcida, uma das suas grandes marcas por ter jogos com estádios quase sempre lotados

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Publicado em 16/06/2020 às 9:08
OLI SCARFF / AFP
Liverpool conquistou o título da Premier League da temporada 2019/ 2020 - FOTO: OLI SCARFF / AFP

A Premier League está de volta. Este anúncio deve acelerar o coração de muitos fãs do futebol do mundo inteiro, mas após a paralisação de 100 dias devido ao coronavírus o que vai se ver é um campeonato muito diferente, que recomeça na quarta-feira sem seu emblemático público.

Aston Villa e Sheffield United terão a honra de reabrir o futebol inglês na quarta-feira às 14:00 (horário de Brasília).

Um evento que será assistido por torcedores de todo o planeta, já que a Premier League é o campeonato de futebol mais globalizado. "O Villa-Sheffield United era um jogo da segunda divisão no ano passado e agora será transmitido ao vivo para todo o mundo", disse Chris Wilder, técnico do Sheffield.

Também na quarta-feira, completando os jogos pendentes da 28ª rodada, haverá um aguardado Manchester City-Arsenal, fundamental na definição do título em caso de tropeço dos Citizens.

Depois haverá a primeira rodada completa, que será disputada de sexta a domingo, na qual o Liverpool poderá conquistar seu título após seu clássico diante do Everton, dependendo dos resultados.

Os 'Reds' têm em suas mãos - com 25 pontos de vantagem em relação ao City - chances gigantescas de serem campeões da Inglaterra pela primeira vez depois de 30 anos. Mais emocionante está a disputa pelas vagas nos torneios europeus e pela permanência na Premier League.

 

Sem o calor das arquibancadas

O espetáculo de uma Premier League sem suas arquibancadas cheias e vibrantes certamente será menor. A Bundesliga voltou há um mês e, nos últimos dias, a Liga também seguiu esse caminho, assim como o futebol italiano, com a Copa da Itália, e os resultados são satisfatórios, levando em conta a situação social sem precedentes na Europa.

Os clubes ingleses seguirão protocolos de saúde semelhantes aos adotados em outros grandes campeonatos do continente - exceto os franceses que decidiram suspender permanentemente sua liga.

Testes habituais, implementação de um questionário de saúde e obtenção da temperatura na chegada ao estádio, com um 'passaporte clínico' (um código de barras que garante que o jogador tenha testado negativo nos últimos cinco dias pelo menos). Nada será deixado ao acaso para garantir que o 'Projeto Restart' seja um sucesso.

Os clubes terão que viajar em pequenas delegações. Cada equipe terá direito a 37 licenças para acessar o campo, os vestiários e as áreas técnicas.

E, como em outros países, são proibidos gestos habituais para um jogador de futebol, como apertar a mão do adversário ou cuspir.

"Haverá algumas diferenças, mas estamos felizes de voltar a jogar e dar um espetáculo às pessoas neste período difícil", resumiu Wilder.

Ao contrário de outras ligas, as máscaras não serão obrigatórias nos bancos, onde haverá nove substitutos em vez dos sete habituais. Cinco deles podem entrar como substitutos, de acordo com a regra temporária estabelecida pela Fifa.

Resta ver como a parte física dos jogadores vai reagir após três meses de interrupção diante de um cronograma comprimido que estabeleceu a disputa dos 92 jogos restantes em pouco mais de seis semanas.

Jogos em aberto e homenagens

Como resultado da pandemia e com o objetivo de alegrar os cidadãos, mais de um terço (33) dos jogos serão transmitidos em aberto, com a BBC transmitindo a primeira divisão inglesa pela primeira vez em 28 anos. Os assinantes de Sky e BT Sport terão a possibilidade de ver todos os duelos.

Outra aplaudida medida é que os clubes decidiram por unanimidade na sexta-feira que os nomes dos jogadores na parte de trás das camisas serão alterados para o slogan 'Black lives Matter' da luta contra a violência policial racista nos Estados Unidos.

Os jogadores também poderão se ajoelhar durante ou antes dos jogos para prestar homenagem a George Floyd, o homem afro-americano que foi morto por um policial branco no final de maio em Minneapolis, assassinato que desencadeou a atual onda de solidariedade internacional.

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