Depois de o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, declarar na Rádio Jornal, que vai brigar na Justiça para que o clássico contra o Náutico, pelas semifinais do Pernambucano, marcado para a próxima quarta-feira (29), às 21h30, seja realizado no estádio do Arruda e não na Arena de Pernambuco, o mandatário da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, confessou que se mostrou surpreso com a atitude do clube tricolor, mas diz que se a entidade for intimada pelo TJD, vai prestar as devidas informações.
"A Federação não recebeu nenhuma ação. Mas, de qualquer maneira, eu pensava que isso era uma coisa que estava resolvida há mais de 40 dias, com a publicação do protocolo. Se por um acaso entrar alguma ação, não tem problema nenhum. Faz parte da rotina e a federação está vacinada. Se tiver alguma ação, o Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco pede informação à Federação e mostraremos o protocolo (em acordo com o Governo do Estado). A FPF não se envolve porque não tem matéria jurídica para a Federação", explicou Evandro Carvalho.
Questionado se esse protocolo que previa os jogos das semifinais na Arena de Pernambuco teve a anuência dos clubes, o dirigente da entidade máxima do futebol do Estado respondeu: "Não e nem era pra ter. Quem comanda o futebol em Pernambuco é a Federação e não o clube. A Federação montou o protocolo junto com o Governo do Estado, Polícia Militar e autoridades sanitárias. O clube não participa disso. Quem participa é a Federação. Montamos o protocolo que atendeu as exigências determinadas e se adequou a outras... Pois isso se construiu com várias mãos. E, após várias reuniões, formalizamos o protocolo final que poderia ser aprovado pelo Governo. Não adiantava enviar um protocolo para ter jogos todos os dias, manhã, tarde e noite que o Governo não aprovaria. Tanto que tentei voltar o futebol no dia 5, dia 8, dia 12, dia 15 e só conseguimos no dia 19. Mas não tem problema. Se tiver ação, o Tribunal vai analisar e ver o que tem de fazer", contou.
SEGURANÇA
Sobre a questão técnica para a inviabilidade de o clássico ocorrer no estádio do Arruda, Evandro reforçou que tudo já estava determinado no protocolo de volta do futebol no Estado. "Está no protocolo. A Polícia Militar alega que não tem condição de fazer o isolamento amplo e seguro em jogos de grande apelo, casos de semifinal e final, como esse entre Santa Cruz e Náutico. A PM alega que não tem condições de fechar avenidas, bares, fechar tudo até Cajueiro, Encruzilhada... Não teria efetivo pra isso. E não tem como garantir que isso (esquema de segurança) vai funcionar (por ainda estar em pandemia). Então, a Federação construiu um protocolo que era possível. O que foi possível foi dessa maneira. Não é o melhor cenário, mas é o que era viável no momento até terminar a pandemia. Só construímos o que dava pra construir. Não tem como fazer uma coisa que não seja viável", declarou Carvalho.
Mesmo se tratando de um imbróglio jurídico, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol diz que o clássico só será adiado caso venha uma determinação superior. "O jogo está marcado. Só não acontece se houver uma decisão que impeça a realização da partida. Caso o Juizado do Torcedor proíba a Federação de fazer o jogo, o Ministério Público, o TJD-PE ou o próprio Governo do Estado. O poder é do Governador (Paulo Câmara). Basta ele dizer que cancelou o campeonato que ele cancela. Não posso fazer nada. Só ele tem esse poder", justificou.
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