MOVIMENTO

No mês da consciência negra, campanha cobra posicionamento e mudanças contra o racismo

Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com a organização inglesa FareNetwork, divulgam o segundo vídeo chamando novamente para o debate e para a reflexão sobre a questão racial no Brasil

JC
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Publicado em 06/11/2020 às 15:50 | Atualizado em 06/11/2020 às 16:15
FRANK FIFE/AFP
POLÊMICA Neymar se envolveu em grande confusão envolvendo racismo no clássico contra o Olympique de Marselha, mas nada ficou provado, de acordo com as autoridades francesas - FOTO: FRANK FIFE/AFP

Novembro chegou! Denominado como o mês da Consciência Negra, o Novembro Negro, é o período do ano em que a sociedade brasileira costuma discutir com mais ênfase o racismo e suas consequências para a comunidade negra e para toda a sociedade. Afinal, a discriminação causa uma imensa desigualdade racial e o genocídio dos jovens negros. Nos últimos anos, este é o mês que muitas empresas, instituições e clubes de futebol se posicionam contra o racismo, mas de forma efetiva pouco fazem. 

Desta forma, dando sequência à campanha mundial “Black Lives Matter Football”, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com a organização inglesa Fare Network, divulgam o segundo vídeo chamando novamente para o debate e para a reflexão sobre a questão racial no Brasil, usando o futebol como ferramenta de comunicação. É preciso pensar que, quando estamos falando de discriminação racial, estamos discorrendo sobre relações de poder e como elas se estruturam em uma sociedade. É preciso cobrar o posicionamento de quem pode promover a mudança de fato.

Neste ano de 2020 vivemos tempos de pandemia, de isolamento social e muitos eventos vão acontecer de forma diferente, mas o que não vai mudar é a necessidade de compressão que não pudemos mais discutir questões ultrapassadas como, por exemplo, “se racismo existe ou não no Brasil”, “se cotas são ou não válidas” ou “se a consciência deve ser social e não racial”. 

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Outra armadilha que não podemos mais cair está baseada no que acontece nos EUA com o movimento #BlackLivesMatter e as manifestações de inúmeros atletas da NBA e de outros esportes, assim como as contundentes manifestações do piloto Lewis Hamilton. Aqui no Brasil não podemos viver cobrando posicionamentos dos atletas negros, sem cobrar clubes, entidades, federações, Tribunais de Justiça Desportiva, empresas e marcas, além dos atletas brancos e dirigentes. A cobrança deve ser em quem podem de fato mudar a situação atual. Afinal, são os que estão no poder, os que decidem ou quem tem o poder financeiro.  

Neste momento de reflexão pedimos que todos cobrem de quem de fato pode mudar o cenário, essa é a nossa provocação. E você vai cobrar de quem?

PARCERIA

O Observatório da Discriminação Racial no Futebol foi um dos 41 projetos eleitos pela Fare Network a participar da campanha mundial “Black Lives Matter Football”. A campanha abrangerá 22 países, em quatro continentes, e tratará da questão racial em cada região e do atual cenário mundial. 

A Fare é uma organização inglesa, parceira da UEFA e da FIFA, com o compromisso de combater a discriminação e promover a inclusão social por meio do poder do futebol. A entidade combate todas as formas de discriminação, incluindo racismo, nacionalismo de extrema direita, sexismo, trans/homofobia e discriminação contra pessoas com deficiência e imigrantes. 

Em junho passado, o Observatório lançou uma campanha independente, com o apoio na divulgação de alguns clubes do futebol nacional, denominada #PoderiaSerEu. Usando o futebol como meio de comunicação e visando promover o debate, a campanha tratou da questão da violência racial no Brasil. A mensagem foi uma forma de alerta e protesto para o fato de que qualquer negro pode morrer por conta do racismo, um genocídio diário tratado com normalidade em nosso país.

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