Após ser cancelada em 2020, São Silvestre volta a fechar o ano esportivo no Brasil
A tradicional corrida de 15 quilômetros com corredores profissionais e amadores será feita com algumas restrições
Com os africanos mais uma vez favoritos a monopolizarem o pódio, cerca de 20 mil corredores disputam nesta sexta-feira a 96ª edição da São Silvestre em São Paulo, maior corrida de rua da América Latina, adiada no ano passado devido à pandemia de coronavírus.
Em meio à expansão mundial da variante ômicron, a tradicional corrida de 15 quilômetros com corredores profissionais e amadores pela maior metrópole brasileira será realizada com várias restrições.
Entre as 20 atletas de elite no feminino, uma das grandes favoritas é a queniana Sandrafelis Chebet Tuei, que volta às ruas de São Paulo para tentar sua segunda vitória, depois da que conquistou em 2018.
No segundo semestre de 2021, a atleta queniana venceu duas meias maratonas, a Ijebu Heritage Half Marathon e a Edreams Mitja Marató Barcelona.
Destacam-se também a etíope Yenenesh Dinkesa, segunda colocada na maratona de Paris de 2021, e a queniana Ludwina Chepngetich.
Na elite do masculino, um destaque entre os 21 atletas é o também queniano Elisha Rotich, que venceu a maratona de Paris em outubro, com tempo recorde de 2 horas, 4 minutos e 23 segundos.
E há expectativa em torno dos etíopes Belay Bezabh, vencedor do São Silvestre em 2018 e da meia maratona de Nova York em 2019, e Gerba Beyata Dibaba, vencedor da meia maratona de Lisboa deste ano.
Na última edição da São Silvestre, em 2019, foram dois quenianos que brilharam: Kibiwott Kandie bateu o recorde com 42 minutos e 59 segundos, enquanto Brigid Kosgei cruzou a linha de chegada em primeiro com 48 minutos e 54 segundos.
Os cinco primeiros nas duas categorias eram atletas africanos.
Vários brasileiros, entre eles Daniel Ferreira e Grazieli Zarry, vão tentar acabar com a hegemonia africana no pódio. O último brasileiro a vencer a prova foi Marilson Gomes, em 2010. A última a vencer foi Lucélia Peres, em 2006.
A prova, que entre todas as categorias reunirá corredores de mais de 30 países, terá início na Avenida Paulista às 7h40 (horário de Brasília) feminino e às 8h05 no evento masculino.
O número de corredores foi limitado a 20.000, em comparação com mais de 30.000 das edições anteriores.
Para participar, os atletas tiveram que apresentar o certificado de vacinação ou PCR negativo se haviam recebido apenas uma dose, devendo usar máscara obrigatoriamente na largada e no final e opcionalmente durante o percurso.
Além disso, não haverá público na Avenida Paulista, onde também termina a corrida, cuja 96ª edição deveria ter sido realizada no dia 31 de dezembro de 2020 e foi adiada primeiro para 11 de julho e depois para esta sexta-feira.
Ao contrário de outros países, o número de casos de coronavírus continua baixo em todo o Brasil, embora os dados coletados nas últimas semanas sejam parciais devido a um ataque cibernético que o site do Ministério da Saúde sofreu no início do mês.
Ainda assim, quase todas as capitais do país suspenderam as massivas festas de fim de ano. Em São Paulo, essa festa seria realizada na Avenida Paulista.
Promovida pelo jornalista Cásper Libero, a primeira São Silvestre foi realizada na noite de 31 de dezembro de 1924, depois que o fundador do jornal Gazeta Esportiva participou de uma corrida noturna em Paris.
A prova, batizada com o nome do santo falecido no dia 31 de dezembro, vinha sendo realizada sem interrupção desde então até a chegada da covid-19.
A competição sofreu alterações em seus horários. Em 1989 foi realizada no período da tarde por motivos de segurança, e desde 2012 é realizada na parte da manhã para fugir das altas temperaturas do verão paulista.