AFP
Com uma defesa sólida e um contra-ataque letal, a Austrália conseguiu uma classificação histórica às oitavas de final da Copa do Mundo após derrotar a Dinamarca por 1 a 0 nesta quarta-feira (30).
O elenco de Graham Arnold terminou em segundo lugar no Grupo D, com seis pontos, os mesmos da líder França, que, por sua vez, perdeu para a Tunísia por 1 a 0 e só permaneceu em primeiro pela diferença de saldo de gols: três dos 'Bleus' contra um dos australianos.
A Tunísia, que vencia e se classificava com o empate na partida dos 'Socceroos', acabou terminando em terceiro, seguida pela Dinamarca, que só acumulou um ponto na competição.
Assim, a Austrália se igualou ao seu melhor desempenho em Mundiais, conquistado pela geração de ouro do futebol australiano de Mark Viduka, Harry Kewell e Tim Cahill em 2006, na Alemanha.
O autor do gol histórico foi Mathew Leckie, aos 15 minutos do segundo tempo, em um contra-ataque letal sem chances para os adversários.
"São tantas emoções. Queremos sonhar grande e dissemos quando chegamos que queríamos passar da primeira fase. Agora está feito. Agora há mais um jogo. O mais importante agora é estar pronto", comemorou Leckie em coletiva de imprensa após a partida.
"Eu me sinto muito orgulhoso pelo esforço que eles fizeram. Foi realmente incrível", disse o treinador da Austrália, Graham Arnold, em entrevista no campo do estádio Al-Janoub.
Com seis partições em Mundiais, a Dinamarca, por sua vez, precisava da vitória, mas acabou sendo eliminada na fase de grupos, segunda ocasião desde a edição da África do Sul, em 2010.
- Uma classificação no contra-ataque -
A 'Dinamáquina' assumiu o controle da partida desde o início, motivada pela necessidade de uma vitória, enquanto os australianos fecharam bem o sistema defensivo jogando em um 4-4-2, com volantes que não deixavam espaço nas entrelinhas.
Quando os escandinavos chegaram perto de abrir o placar, o goleiro australiano Mathew Ryan se mostrou atento e entrosado com sua zaga.
Aos 11 minutos, na melhor chance da primeira etapa, ele espalmou por cima da trave um chute forte de Mathias Jensen.
Oito minutos depois, Ryan voltou a salvar o time com os pés em um cruzamento do lateral-esquerdo Joakim Maehle, que mirava em Martin Braithwaite na grande área.
Com Pierre Hojbjerg e o capitão Christian Eriksen liderando a posse de bola, a Dinamarca ainda procurava uma brecha para superar Ryan, mas a forte defesa australiana conseguiu absorver as investidas.
No segundo tempo, o domínio dinamarquês ainda aumentou, mas aos 15 minutos, Leckie abriu o placar para alívio dos australianos, que precisavam vencer, já que a Tunísia vencia a França e eliminava momentaneamente Austrália e Dinamarca.
Após um cruzamento dos dinamarqueses, a defesa australiana desviou e a bola chegou a Leckie no meio de campo.
O atacante logo disparou, driblou o lateral Maehle, que havia ficado como último homem, e finalizou de pé esquerdo no canto, sem chances o goleiro Casper Schmeichel, até então um mero espectador da partida.
"Isso é fruto de muito trabalho, de acreditar no que fazemos”, comemorou Graham Arnold. "Temos trabalhado a confiança, a energia e foco por quatro, quatro anos e meio, e pude ver em seus olhos (dos jogadores) que eles estavam prontos esta noite".
O resultado confirmou a eliminação de Dinamarca e Tunísia, que apesar da grande vitória por 1 a 0 sobre a França, também saiu de mãos vazias.
"Na Copa do Mundo você tem que chegar ao seu melhor nível. Não jogamos com o ritmo necessário. Começamos bem essa noite, mas houve muitas emoções e pouca qualidade", lamentou o técnico dinamarquês Kasper Hjulmand.
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