A defesa do técnico Gilmar Dal Pozzo conseguiu, na Justiça, a rescisão contratual com o Náutico. A quebra do contrato foi publicada no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF e ele está livre no mercado. Porém, o treinador e sua defesa ainda aguardam o pagamento da rescisão contratual, de R$ 500 mil - valor diferente do alegado pelo presidente do Timbu, Edno Melo, que alegou um montante inferior a R$ 120 mil em entrevista à Rádio Jornal, na semana passada - até este sábado (22), antes de tomar alguma outra medida na Justiça.
"Nós por enquanto estamos seguindo com a liminar e vamos aguardar o posicionamento do Náutico para tomar qualquer medida", respondeu a advogada de Gilmar Dal Pozzo, doutora Mariju Maciel, ao Jornal do Commercio. Perguntada sobre como receberia uma possível medida a ser tomada pelo Alvirrubro pelo não comparecimento do comandante ao trabalho com o Sub-23, como o clube teria o colocado para treinar, ela pontuou: "Recebo com a decisão judicial de que não é mais empregado do clube. A decisão judicial já diz o que a gente pensa".
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Gilmar Dal Pozzo foi, segundo a direção do Náutico, afastado do comando técnico da equipe após o duelo contra o Operário-PR, nos Aflitos, em que o Timbu empatou em 0x0. Porém, por outro lado, a defesa do treinador alegou que ele foi demitido. Desta forma o imbróglio constaria no pagamento da multa rescisória, em um valor que o clube não teria como arcar.
O departamento jurídico do Náutico ainda não foi notificado formalmente da decisão, porém, demonstrou surpresa quanto à decisão. Enquanto não houver a notificação, o clube fica no aguardo e, caso se confirme oficialmente via Justiça ou CBF, as "medidas cabíveis" serão tomadas quanto ao abandono de emprego do técnico, alegado pelo Timbu.
"O clube não foi notificado, formalmente, de nenhuma decisão. seja por juiz da Vara do Trabalho, seja pela própria da CBF. Caso essa informação extraoficial seja confirmada, a gente recebe com total tranquilidade. O clube continua firme no entendimento de que não houve a rescisão contratual, de que o senhor Gilmar Dal Pozzo não foi demitido, e o que houve foi o abandono de emprego, já que ele foi notificado para voltar ao trabalho e assim não fez. Quero crer, se essa decisão extraoficial se confirmar e a gente for notificada dela, que houve um equívoco do magistrado que concedeu, talvez induzido ao erro pelo argumento da advogada do senhor Gilmar Dal Pozzo. Mas vamos aguardar sermos notificados, e diante da notificação, o clube vai tomar as medidas cabíveis. Mas como foi dito, vamos continuar firmes e de forma incessante nos interesses do Náutico", respondeu o vice-presidente jurídico do Náutico, Bruno Becker, em entrevista ao Jornal do Commercio.
Trajetória no Náutico
No clube desde maio de 2019, Gilmar comandou a equipe timbu em 42 jogos, obtendo 21 vitórias, 13 empates e 8 derrotas. Como principal feito nessa sua segunda passagem pelo Náutico, sem dúvida, está a conquista do acesso à Série B no ano passado, junto ao título da Terceira Divisão.
A primeira passagem de Gilmar Dal Pozzo no Náutico ocorreu entre 2015 e 2016. Na época, o treinador chegou na reta final da Série B e chegou perto de conquistar o acesso para a Série A com o Timbu, terminando a competição no 5º lugar. Com o bom desempenho, permaneceu para o ano seguinte. Porém, o desempenho ruim no Pernambucano, culminando com a queda na primeira fase da Copa do Brasil e a eliminação nas semifinais do Estadual, deram um ponto final na passagem do treinador. Naquela ocasião, disputou 28 jogos, 15 vitórias, sete empates e seis derrotas, com aproveitamento de 61,9%.
No total em duas passagens no comando técnico do Náutico, o catarinense acumulou 70 jogos, 36 vitórias, 20 empates e 14 derrotas, gerando um aproveitamento de 60,9%.
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