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Martelotte diz que não recebeu contato da nova gestão e nem proposta para permanecer no Santa Cruz

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o ex-técnico do Santa Cruz deu detalhes sobre a sua saída do comando do Tricolor

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Lucas Holanda

Publicado em 16/02/2021 às 13:20 | Atualizado em 16/02/2021 às 16:24
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O ex-técnico do Santa Cruz Marcelo Martelotte desabafou sobre a sua saída do clube coral. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o treinador deu detalhes do porquê não continuou no Tricolor. De acordo com o comandante, ele estava em São Paulo quando Joaquim Bezerra foi eleito o novo presidente coral. A partir da definição de quem seria o mandatário coral, Martelotte ficou esperando contato da gestão para saber qual seria a situação. No entanto, segundo ele, isso não aconteceu. Desta forma, o técnico foi comunicado de que não ficaria no Santa Cruz através do executivo de futebol Nei Pandolfo, que no último domingo ligou para o comandante informando que o treinador não iria continuar no Arruda. Ainda segundo Martelotte, não houve nenhum contato da nova gestão coral com ele e com o seu representante, nem tampouco negociação.

"No domingo à tarde o Nei Pandolfo me ligou para comunicar que teve uma reunião com o presidente e que a diretoria que iria entrar não tinha interesse em que a gente (comissão técnica) continuasse. Essa foi a colocação do Nei. Logo depois eu fiz um post no Instagram, agradecendo todo o apoio que eu tive. O presidente negou que aquele contato tivesse sido feito pela diretoria dele, mas no dia seguinte o meu representante entrou em contato e ele confirmou que não havia interesse, que desde sábado ele já tinha definido não pela troca, porque eu não tinha contrato, não havia necessidade de rescindir nada. O presidente tinha a opção de escolher quem ele queria como comandante do Time. Mas não houve nenhum contato, nenhuma proposta e nenhuma negociação. Eu e meu representante não chegamos a conversar com ninguém da diretoria nova do Santa Cruz", afirmou.

Martelotte não sai do Santa Cruz guardando mágoas. De acordo com o comandante, ele já estava esperando que as coisas iriam mudar com vitória da oposição nas eleições. No entanto, o treinador ficou chateado com algumas versões sobre a sua saída. "O que me chateia um pouco são versões que não são verdadeiras dos acontecimentos. Acho que é muito simples falar que a mudança ocorreu pela vontade de quem vai dirigir o clube daqui para frente, isso não tem nenhum problema. A partir de agora o novo presidente vai ter que se acostumar a assumir responsabilidades. É lógico que a responsabilidade é do presidente e ele tem o direito de escolher, mas não dá para ficar transferindo essa responsabilidade para outro", pontuou.

Martelotte inicialmente tinha contrato com o Santa Cruz até 30 de janeiro. No entanto, como o Tricolor teve que disputar a fase pré da Copa do Nordeste, o vínculo do treinador teve que ser estendido até 3 de fevereiro, um dia depois do jogo de volta contra o Itabaiana, que sacramentou a classificação da Cobra Coral para o Nordestão. A partir daí, Martelotte ficou esperando a definição das eleições, uma vez que não seria possível renovar o seu contrato antes de saber quem seria o novo presidente do Santa Cruz.

Na última segunda-feira, em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, o presidente Joaquim Bezerra destacou que as condições financeiras eram um empecilho para a renovação de Martelotte. "Quando nós conversamos na sexta-feira com Tininho e na sequência nós fizemos as reuniões com Nei Pandolfo, o contrato de Martelotte já havia se encerrado. Teria que ser feito um novo contrato. Temos uma limitação orçamentária onde as condições que eram propostas por ele não cabia dentro desse orçamento", explicou.

No entanto, de acordo com o técnico Marcelo Martelotte, a questão financeira não era um problema para ele permanecer no clube, uma vez que o comandante conhece bastante como funciona essa situação no Santa Cruz e queria permanecer nas Repúblicas Independentes do Arruda na temporada 2021. Martelotte, aliás, teve a sua quarta passagem como treinador da Cobral. Além disso, defendeu as cores do Tricolor nos anos 1990 quando atuou como goleiro.

"Entrou uma direção nova, ganhou o grupo de oposição e eles querem mudar. É a vontade do presidente que prevalece, ele tem todo direito de escolher quem ele quiser para trabalhar no Santa Cruz. Agora a maneira como as coisas aconteceram tem que ficar bem claro para o torcedor para que não tenha dúvidas. Acho que o torcedor sabe da minha vontade de permanecer. Eu coloquei isso em todos os momentos, desde antes de acabar o meu contrato, desde o final da Série C, eu já me coloquei à disposição para permanecer. E principalmente se colocasse alguma questão financeira como empecilho para minha permanência, já que eu sou um dos que mais conheço a situação financeira do Santa Cruz. Vivi lá dentro por muito tempo e sei das dificuldades financeiras que o Santa Cruz sempre passou. Com certeza não seria por questões financeiras que eu não permaneceria no Santa Cruz", afirmou.

No último domingo, o técnico Marcelo Martelotte publicou um texto de despedida no seu Instagram. Segundo ele, a publicação ocorreu após ele ser informado de que não iria continuar no Santa Cruz. "Surgiram versões diferentes sobre a minha saída porque eu postei uma mensagem no Instagram após ser comunicado de que não iria permanecer no Santa Cruz. Esta é a ordem. E não que o Santa Cruz precisava procurar um treinador porque eu fiz a postagem no Instagram. Foi ao contrário. A minha postagem foi ocasionada pela minha saída do Santa Cruz", finalizou.

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