Milton Bivar projeta receita bruta do Sport para a temporada e fala sobre investimento no futebol

O Sport conseguiu permanecer na Série A, mas ainda há um longo caminho para o Rubro-Negro ter um respiro financeiro, uma vez que os débitos ainda são altos. E o presidente Milton Bivar falou um pouco mais sobre esta questão. Em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, o mandatário destacou que projeta uma receita bruta em torno de R$ 50 milhões para 2021 e também revelou o quanto o Sport perdeu sem público nos estádios no ano passado. E esse déficit, inclusive, deve seguir ao menos por mais uma temporada, pois ainda não se sabe quando os torcedores poderão retornar às arquibancadas aqui no Brasil, já que o país ainda segue com um número alto de casos e mortes por covid-19.

"A gente tem uma previsão de receita bruta em torno de R$ 50 milhões. Mas eu falo bruta porque a gente tem vários descontos na boca do caixa e isso afeta bastante. Não sei se a gente vai chegar nesses R$ 50 milhões, mas seria interessante. Se voltasse o público, coisa que eu acho difícil, isso dava uma receita bastante diferenciada para a gente, uma vez que o torcedor do Sport é fanático e vai a campo. Só ano passado tivemos um déficit de quase R$ 9 milhões pela falta de público e tudo mais, porque você sabe que muito torcedor se associa em função do futebol, ir para jogo e tudo mais. E aí (sem torcida) essa arrecadação (que também conta com bares, restaurantes e patrocinadores) cai. Mas calculo que teremos uma receita bruta próxima de R$ 50 milhões", destacou Bivar.

INVESTIMENTO NO FUTEBOL

Com relação ao investimento no futebol, o Sport não consegue ter poder de compra no mercado atualmente, diferentemente do que era alguns anos atrás. Por conta da grave crise que assombra o Rubro-Negro desde o fim de 2017, ainda na gestão do ex-presidente Arnaldo Barros, o Leão tem que se contentar com empréstimo de jogadores - e aí pagando o salário integral ou parte dos vencimentos mensais. Isso, claro, não significa que o clube não tenha como trazer um atleta com um investimento salarial maior, como por exemplo aconteceu com o meia Thiago Neves, peça fundamental para a permanência do Leão.

Para 2021, o discurso do presidente Milton Bivar acompanha aquilo que o mesmo disse durante a sua gestão: sem loucuras financeiras. Segundo o mandatário leonino, a condução da equipe deve continuar igual. "Com relação ao investimento no futebol, ele passa por essa filosofia nossa de resgatar a situação financeira do clube. E vamos continuar com a mesma forma que a gente trabalha, com austeridade. Não vamos fazer loucura de forma alguma, mas vamos tentar botar no futebol o máximo que a gente puder, mas dentro de uma condição financeira que a gente possa pagar e evitar débitos futuros. Isso é uma coisa que não vou mudar", afirmou Bivar.

Ainda de acordo com Bivar, a política financeira que a gestão adotou desde 2019 foi fundamental para a reeleição do presidente, que venceu Nelo Campos por 38 votos, no que foi a eleição mais acirrada da história do clube. "Foi para isso que fui eleito em 2018 e por esse belo trabalho que a gente fez, de tirar o Sport da lama, que nós fomos reeleitos. Todo mundo sabe que pagamos mais de R$ 50 milhões e que a situação do Sport em relação ao que era melhorou, mas ainda há muito o que fazer", explicou o presidente.

O mandatário leonino também destacou que os pagamentos feitos ao Sporting e CNRD vão fazer falta no investimento do futebol. No total, o Rubro-Negro pagou 1 milhão e 300 mil euros ao clube português por conta do débito, que deu quase R$ 9 milhões; e também pouco mais de R$ 1 milhão na CNRD por conta de débitos antigos com Marquinhos, Leandro Pereira e Agenor. "E isso aí já levou quase 20% do que a gente esperava ter para investir no futebol. Claro que isso vai fazer falta, sem dúvida alguma que essa tacada que a gente levou em fevereiro vai fazer muita falta, não tenha dúvida", destacou Bivar.

"Precisamos dar uma organizada melhor no clube, mas isso tudo passa por dinheiro. Não adianta querer modernizar aqui, querer ter CEO e não tiver dinheiro suficiente para isso. É continuar o que estamos fazendo e obtendo sucesso, pagando nossas dividas com muitas dificuldades, mas com muita responsabilidade. E é isso que o Sport precisa para o momento", finalizou o mandatário.