Rodamos 1.000 km numa Rampage pelo norte da Argentina
Expedição colocou a picape em situações extremas, onde apenas modelos com tração 4x4 e motor disposto podem passar e a Rampage mostrou que pode

Por Sílvio Menezes
Uma das picapes mais desejadas do Brasil está completando um ano e nós recebemos um convite irrecusável da montadora RAM para celebrar o aniversário da Rampage:
Integrar uma expedição para rodar 1.000 quilômetros pela Argentina.
Mas, antes de chegar lá deixa esclarecer: tivemos de encarar uma longa viagem: pegamos três aviões. Partimos do Recife, dormimos em São Paulo, embarcamos para Buenos Aires e trocamos de aeronave para chegar em Salta, no norte do País vizinho, onde estava o QG da expedição. Pegamos o primeiro voo numa tarde da quinta e só desembarcamos umas 30 horas depois a nosso destino.
VOLTANDO PRA ARGENTINA…
A missão era testar a caminhonete pelo extremo norte do País em trechos de de terra batida, riachos, rodovias, lugares paradisíacos e até dirigir a picape a 4 mil metros acima do nível do mar.
A aventura no carro só começou pra valer na madrugada de um sábado. Às 5h30 deixamos o hotel. E o primeiro desafio começou ali mesmo na rua. A temperatura marcava uns 5 graus, mas a sensação de frio era bem maior porque o vento estava forte. Se você não faz a mínima ideia do que é isso significa, é como se você estivesse numa geladeira e aquele “mui-amigo” ainda tivesse o ligado o ventilador. Da pra imaginar como o frio tava bom, né?
Mas o sofrimento acabou logo ao entrar no carro.
Escolhemos a Rampage versão Rebel a gasolina, na minha opinião, a mais interessante da gama. Com seu motorzão de 272 cavalos de potência é conhecida pela versatilidade. Seguimos num trajeto de 250 km aproximadamente. O comboio contemplou 20 jornalistas do Brasil em dez picapes e apoio de carros-madrinha como RAM 1500 e RAM 3500.
Nas ruas da cidade carros que conhecemos bem no Brasil. Fiat Fiat Siena, Cronos, Renault Sandero, Volkswagen Tiguan e tantos outros vendidos em nosso País. Mas o que chamou a atenção é o grande número de carros velhos nas ruas, aos pedaços enferrujados, sem faróis, amassados e com pintura surrada.
À medida que nos afastávamos do centro, víamos um Brasil dos anos 80, com comércios nas residências e muitas placas de propaganda penduradas em postes ou na fachada de casa e espalhadas nas ruas. Pouca gente circulando, talvez, por conta do frio intenso.
Deixando a região urbana, tivemos uma boa surpresa com belas estradas bem conservadas, sem pedágio e cercadas de cenários exuberantes. Muitos mundos em uma única Argentina.
Cordilheiras, montanhas, vegetações e a grata surpresa de se deparar com um cenário distinto a cada quilômetro rodado. Cenas que muitos só tinham visto nos filmes.
Até as cores das montanhas mudava à medida que o comboio avançava. A explicação é a abundante presença de minerais distintos na região que é conhecida por ter grande reserva de lítio, usado nas baterias dos carros elétricos.
Subíamos os vales repletos de curvas e o cenário mudava. Saem de cena as grandes árvores e clima fica mais seco. Até cactus surgem à beira da estrada, como num deserto. Chegamos ao ponto mais alto da expedição em Rui Rui. E o guia avisava: nada de estripulias ou bancar o atleta. O esforço a mais pode fazer você sentir os efeitos da altitude como a falta de ar por causa do baixo nível de oxigênio.
A placa cartão postal da região comprovava: você está a 4.170 metros acima do nível do mar. Claro que sentimos e o corpo deu sinais. Uns com leve dor de cabeça; outros com uma ligeira falta de ar, mas teve aquela turma que não sentiu nenhuma alteração. No final, balanço positivo. Todo mundo bem.
Voltamos pras picapes e seguimos em direção a um deserto de sal, uma imensidão branca de 40 quilômetros de extensão e considerado por muitos o ponto alto da expedição. O salar encanta aos olhos pela beleza e particularidades. Afinal de contas, é formado em cima de lagos que ficam secos nesta época do ano.
Dia seguinte o trecho foi mais light. Muita estrada e trechos off-road que o comboio passou sem dificuldades. Depois de tanta aventura, hora de preparar o retorno e boas lições.
O lugar é cinematográfico e o carro é bom de verdade. Em terrenos adversos, a Rampage demonstrou muita sede pra cruzar riachos, trechos off-road e subir ladeiras sem reclamar. Se o assunto for asfalto, faz o carro voar baixo na pista. Na nossa viagem o indicador falava em 10 km/l. Rampage é vendida com motor 2.0 diesel ou gasolina.
O preço vai de R$ 250 mil aos quase R$ 290 mil. Importante dizer: a Rampage é uma das melhores picapes do Brasil. Tem versatilidade das caminhonetes médias, motorzão de carro esportivo e andada de carros de passeio. E o melhor: tamanho muito interessante. Você pode estacionar na vaga do seu prédio sem invadir a garagem do vizinho.