PT enterra conversa da 'autocrítica'
Para trás, o discurso, amarrado e amparado em livros recentes, é de que não houve crime, desgoverno ou erro em sua política econômica. Para o futuro, a missão é convencer o maior número de brasileiros de alguns pontos; confira
Exatamente dois anos após Lula ter dito que o PT não precisa fazer autocrítica, o partido dá por encerrada essa discussão, aberta em 2005 (mensalão), e chega às portas de 2022 empenhado em impor sua narrativa ao processo eleitoral, como conseguiu em 2002, quando encerrou a "Era FHC". Para trás, o discurso, amarrado e amparado em livros recentes, é de que não houve crime, desgoverno ou erro em sua política econômica. Para o futuro, a missão é convencer o maior número de brasileiros de que: a) única agenda importante agora é a social; b) contra Jair Bolsonaro, qualquer opção eleitoral que não seja Lula é antidemocrática; c) qualquer crítica a Lula, é alinhamento ao "bolsonarismo".
Página virada
As (poucas) cobranças internas pela autocrítica terminaram após a anulação das ações contra Lula. A ordem é proclamar a inocência do ex-presidente e apontar a "conspiração" contra o PT.
Se liga
A tentativa de pintar Lula como o único ser capaz de garantir a democracia no País coloca no mesmo balaio de Bolsonaro os candidatos da chamada terceira via.
De...
Em 2018, sob a Lava Jato e na esteira da "crise Dilma", o PT perdeu o leme da narrativa eleitoral, que mantinha na mão desde 2002, com a "agenda da desigualdade" e da "mudança", ainda que o Plano Real de FHC tenha encurtado distancias e mudado vidas.
...novo
Na Europa, 20 anos depois, Lula acaba de dizer que o "mundo precisa se curar do vírus da desigualdade".
A ver
Por falar em falta de renovação e de autocrítica, Aécio Neves tem seu futuro em jogo hoje, 21, nas prévias do PSDB. Se João Doria sair vencedor, o entorno do governador dá como certa a abertura de um
processo de expulsão do deputado mineiro do partido.
Porta aberta
Não é de hoje que Bruno Araújo, presidente do PSDB, busca se equilibrar na disputa entre Aécio e Doria.
Qualquer que seja o resultado de hoje, ele terá de escolher um lado para seguir adiante.
Reta final
Pesquisa de intenção de votos com advogados indica disputa apertada pelo comando da OAB-SP. A candidata de oposição Patrícia Vanzolini e o presidente atual, Caio Augusto, aparecem empatados na ponta. Em outro bloco, estão Dora Cavalcanti, Alfredo Scaf e Mário Oliveira. É grande o número de indecisos.
Reta final 2
O levantamento é do Instituto Opinião Pesquisa e ouviu 800 advogados entre os dias 10 e 19 de novembro. A margem de erro é de 3,4% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Vidas negras
Fundadora do Innocence Project Brasil, Dora Cavalcanti participa de debate sobre a relação entre racismo e sistema carcerário, hoje, 21, na Expo Internacional Dia da Consciência Negra, no Anhembi, em São Paulo.