A pandemia do novo Coronavírus impôs mudanças em todos os níveis de gestão e o Real Hospital Português (RHP) também se adaptou ao novo cenário. A administração da unidade de saúde desenvolveu uma metodologia que utiliza cores para sinalizar as áreas de atendimento. O Fluxo Amarelo é destinado a pacientes com sintomas gripais. O Fluxo Azul fica exclusivo a pacientes sem sintomas de gripe. Foi esse método que permitiu a retomada segura dos atendimentos eletivos - consultas, exames e cirurgias adiados pela pandemia.
A separação dos públicos começa no momento do agendamento da consulta, quando o paciente recebe explicações e passa por triagem dos sintomas. Ao chegar ao Hospital, totens, placas e adesivos direcionam as pessoas a seguirem pelo fluxo ao qual se encaixam - isso desde as cancelas na entrada para veículos, passando por sinalizações no piso e nas paredes. Os pacientes sem qualquer sintoma gripal contam com estrutura separada das demais. No Edifício João de Deus, estão concentrados os internamentos e as cirurgias.
O cuidado também passa pelas equipes. "Os colaboradores que trabalham no Fluxo Azul são identificados com braçadeiras nessa cor e não atendem pacientes com sintomas de gripe. Todo esse planejamento permitiu a retomada segura, em julho", relata a Superintendente, Jaquelinne Lira. De acordo com o balanço do Hospital, o número de procedimentos realizados em agosto representa cerca de 80% da média de registros nos meses que antecederam a pandemia. A previsão é que, em um mês, os atendimentos cresçam e conquistem os 20% restantes.
Além dos serviços próprios, o complexo conta com mais de 60 clínicas parceiras, que tiveram de se adequar igualmente ao protocolo estabelecido pela administração. "Uma equipe composta por profissionais do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), da Segurança do Trabalho, da Higienização, do Setor de Qualidade e do Gerenciamento de Crise percorreram as clínicas, repassando as orientações, esclarecendo dúvidas e distribuindo a cartilha com as medidas a serem adotadas", informa a Superintendente. "Reforçamos ainda mais nosso protocolo de higienização, totens com álcool em gel foram distribuídos no Hospital, fizemos campanhas de distanciamento social, orientamos sobre o uso correto do elevador, adequamos os horários do refeitório e controlamos o fluxo de entrada, para evitar aglomerações", elenca.
PROTOCOLO
O Gerente dos Blocos Cirúrgicos, Euclides Martins, participou do processo de elaboração do protocolo de retomada. "Tomamos como base as experiências de Wuhan (na China, onde os primeiros casos da Covid-19 foram registrados), da Itália e da Espanha. Além do setor de quimioterapia, no Edifício João de Deus temos o bloco cirúrgico e a UTI e, por isso, precisamos manter um protocolo tão rígido. Também testamos todos os colaboradores e optamos por convocar prioritariamente para essa área os profissionais que já tiveram a doença ou que apresentaram imunidade ao vírus nos exames", esclareceu, reforçando que o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é indispensável em todo o Hospital, de acordo com a área e o procedimento realizado. "Capotes, máscaras, óculos ou face shield e protetores de sapatos estão entre os itens obrigatórios", destacou.
As recomendações para os pacientes se intensificam para a realização de cirurgias. "Eles precisam fazer um exame com, no máximo, 72 horas de antecedência. Se positivo, mesmo com o paciente assintomático, a indicação é aguardar 30 dias até a realização da cirurgia. Em caso negativo, o procedimento será realizado com os protocolos específicos, que envolvem o paciente e seu acompanhante", explicou o médico. "Esses cuidados são fundamentais para identificar pacientes com a Covid-19, garantindo a segurança de todos", finalizou.
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