Segundo país com mais mortes no mundo, a Espanha ultrapassou a barreira dos 9.000 mortos pela pandemia do coronavírus, embora as autoridades tenham afirmado nesta quarta-feira (1°) que a situação se estabiliza graças ao confinamento rígido da população.
A Espanha alcançou, pela segunda vez consecutiva, um número recorde diário de vítimas mortais devido à COVID-19, com 864 mortes nas últimas 24 horas, levando seu balanço global de mortos a 9.053, segundo o Ministério da Saúde.
- Sobe para oito o número de mortes pelo novo coronavírus em Pernambuco
- Italiana de 102 anos supera coronavírus e se torna símbolo de esperança
- Coronavírus: Bolsonaro assina MP que suspende a obrigatoriedade de instituições de ensino cumprirem quantidade mínima de dias letivos
- Bolsonaro sanciona auxílio de R$ 600 a informais por conta do coronavírus
- Coronavírus: TCE suspende antecipação opcional do IPTU de 2021 da Prefeitura do Recife
Mas, em termos percentuais, um dado que as autoridades espanholas definiram como indicador de que a epidemia se estabilizou, o crescimento da mortalidade manteve sua desaceleração gradual, atingindo 10,6% nas últimas 24 horas, em comparação com os altos 27% registrados há uma semana.
Da mesma forma, os casos oficialmente relatados, que aumentaram para 102.136, mostraram uma desaceleração em termos percentuais, subindo 8,2% por dia em comparação com 20% na semana passada.
As autoridades de saúde atribuem essa tendência ao rígido confinamento sobre os 46,6 milhões de espanhóis desde 13 de março e que vai, pelo menos, até 11 de abril.
De qualquer forma, a preocupação está voltada para o sistema de saúde, com hospitais já sobrecarregados nas áreas mais afetadas, como Madri ou Catalunha.
Decisões "extremamente difíceis"
O excesso é tão grande em alguns hospitais que os médicos perceberam a necessidade de priorizar recursos com base na possibilidade de sobrevivência dos pacientes.
"Você vê que não há capacidade, não há recursos e é daí que vêm as decisões, que são extremamente difíceis e que levamos para casa depois de alguns dias difíceis", relatou à AFP María Fernanda Visconti, médica venezuelana encarregada pelos suprimentos no hospital Universitário da Princesa.
"Há pessoas que choram nas consultas dizendo que moram com a mãe idosa em um apartamento de 50 metros quadrados, ou uma enfermeira que veio porque sua mãe morreu no dia anterior: estava trabalhando e se sentia culpada de ter sido ela" quem a infectou, conta Visconti.
No entanto, em alguns momentos começava-se a notar menos tensão.
"Na semana passada, recebíamos entre 30 a 40 consultas por dia. Hoje, recebemos 20. Está diminuindo pouco a pouco, vamos por um bom caminho", expressou María Liñero, médico de 28 anos em um hospital privado de Madri.
Apesar das queixas persistentes da falta de material de proteção para a equipe médica, mais de 12.000 deles infectados, o ministro da Saúde, Salvador Illa, afirmou na noite de terça-feira que o governo "conseguiu um fornecimento regular desses produtos".
Illa anunciou que a Espanha receberá novos lotes de testes rápidos nesta semana, para tentar ultrapassar os 20.000 exames diários e chegar ao ideal de 50.000, o que permite ter um panorama real da propagação do coronavírus.
Assine a nova newsletter do JC e fique bem informado sobre o coronavírus
Todos os dias, de domingo a domingo, sempre às 20h, o Jornal do Commercio divulga uma nova newsletter diretamente para o seu email sobre os assuntos mais atualizados do coronavírus em Pernambuco, no Brasil e no mundo. E como faço para receber? É simples. Os interessados podem assinar esta e outras newsletters através do link jc.com.br/newsletter ou no box localizado no final das matérias.
O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
Comentários