O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou dúvidas nesta quarta-feira (1) sobre a precisão dos números oficiais chineses sobre o coronavírus, depois que legisladores americanos, citando um relatório da Inteligência, acusaram Pequim de encobrimento.
"Como sabemos" se eles são precisos, questionou Trump em entrevista coletiva. "Seus números parecem um pouco subestimados".
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Trump insistiu que "o relacionamento com a China é bom" e que ele permanece próximo ao presidente Xi Jinping.
No entanto, a controvérsia em torno da transparência de Pequim tensionou os laços, aumentando os maus sentimentos desencadeados por uma teoria da conspiração na China de que os militares dos EUA eram os culpados pelo vírus.
Republicanos no Congresso, indicando um relatório da Bloomberg que cita informações da inteligência dos EUA, expressaram indignação por Pequim aparentemente ter enganado a comunidade internacional sobre infecções e mortes na China que começaram no final de 2019, na cidade de Wuhan.
Os relatórios da China foram intencionalmente incompletos, com algumas autoridades da Inteligência descrevendo os números de Pequim como falsos, informou a Bloomberg, que destacou o documento confidencial de Inteligência enviado à Casa Branca na semana passada.
A China registrou publicamente 82.361 casos confirmados e 3.316 mortes até quarta-feira, segundo informações da Universidade Johns Hopkins.
Isso se compara a 206.207 casos e 4.542 mortes nos Estados Unidos, o país com o maior número de casos no mundo.
O senador republicano Ben Sasse classificou os números de Pequim como "propaganda de lixo".
"A alegação de que os Estados Unidos têm mais mortes por coronavírus do que a China é falsa", disse Sasse em comunicado.
"Sem comentar nenhuma informação confidencial, isso tudo é dolorosamente óbvio: o Partido Comunista Chinês mentiu, está mentindo e continuará mentindo sobre o coronavírus para proteger o regime".
Em reposta ao relatório, Michael McCaul, principal republicano do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, disse que a China "não é um parceiro confiável" na luta contra a Covid-19.
"Eles mentiram ao mundo sobre a transmissão do vírus entre humanos, silenciaram médicos e jornalistas que tentaram denunciar a verdade e agora estão aparentemente escondendo o número exato de pessoas afetadas por essa doença", disse McCaul.
Ele e outros parlamentares pediram ao Departamento de Estado que inicie uma investigação sobre o que ele chamou de "encobrimento" da pandemia na China.
Na terça-feira, um membro da força-tarefa contra o coronavírus de Trump, a médica Deborah Birx, disse que a comunidade médica considerou o surto na China "sério, mas menor do que se esperava porque provavelmente há falta de uma quantidade significativa de dados".
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