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Coronavírus ameaça provocar escassez de medicamentos na Europa

Sucesso de alguns medicamentos usados como tratamentos experimentais também provoca o temor de fornecimento para os pacientes tratados habitualmente com estes fármacos

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Publicado em 07/04/2020 às 10:07 | Atualizado em 07/04/2020 às 10:11
LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM
Alguns medicamentos utilizados para tratar os sintomas do coronavírus começam a faltar na Europa - FOTO: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

À espera de uma vacina contra o novo coronavírus, alguns medicamentos utilizados para tratar os sintomas da doença começam a faltar na Europa, um dos continentes mais afetados pela pandemia.

A covid-19 está provocando a redução dos estoques de sedativos para entubar os pacientes que não conseguem respirar ou de medicamentos contra a malária, recomendados pelo presidente americano Donald Trump.

"A contínua disponibilidade dos remédios, em particular os utilizados nos pacientes com COVID-19, é uma grande preocupação", afirmou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), com sede em Amsterdã.

A Europa, com mais de 50.000 mortos, espera continuar diminuindo o número de óbitos, mas enquanto isso acontece, alguns medicamentos já estão em falta ou podem entrar nesta fase "muito em breve", informou a EMA em um comunicado.

No fim de março, nove grandes hospitais europeus fizeram um apelo de cooperação internacional para garantir o fornecimento regular de produtos médicos.

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Os hospitais temem ficar sem medicamentos essenciais para seus pacientes em recuperação, como relaxantes musculares, sedativos ou analgésicos.

A situação de crise levou a EMA a adotar medidas. A partir de agora, todas as empresas farmacêuticas terão que prestar contas diretamente à agência para melhorar a comunicação entre a indústria e a União Europeia.

Além disso, um comitê executivo da EMA sobre a escassez de medicamentos provocada por "eventos importantes" examinará a regulamentação para eventualmente modificar as normas e assegurar o abastecimento.

O comitê é formado pela EMA, a Comissão Europeia e as autoridades competentes de cada país membro.

Na França, o primeiro-ministro Edouard Philippe admitiu grandes tensões a respeito de alguns remédios necessários para os serviços de reanimação e UTIs, provocadas por uma demanda "incrível" no mundo pela pandemia de coronavírus.

De acordo com o organismo que administra 35 hospitais da região de Paris (AP-HP), alguns corticoides e antibióticos, entre outros produtos, começam a faltar.

O mesmo acontece na Espanha, especialmente no que diz respeito a sedativos usados para entubar os pacientes afetados pela COVID-19.

As agências de saúde se viram obrigadas a solicitar aos hospitais que administrem de maneira racional os medicamentos em falta e apresentem alternativas, caso existam.

Na França, por exemplo, alguns medicamentos foram temporariamente autorizados fora do uso normal, como alguns medicamentos veterinários, mas apenas se o princípio ativo for o mesmo que o do medicamento para uso humano.

Em um guia publicado na internet para ajudar a enfrentar a escassez, a Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, Crítica e Unidades Coronarianas (SEMICYUC) explica ter sido obrigada a "considerar prescrições de sedação pouco habituais".

O sucesso de alguns medicamentos que estão sendo usados como tratamentos experimentais para curar a COVID-19 também provoca o temor de fornecimento para os pacientes tratados habitualmente com estes fármacos.

Este é o caso da cloroquina, um tratamento contra a malária, e de seu derivado, a hidroxicloroquina, ou da associação de lopinavir e ritonavir que é utilizada no combate ao HIV.

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

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