500 milhões de pessoas em todo o mundo podem cair na pobreza se planos de ajuda não forem adotados para os países mais desfavorecidos diante da pandemia de coronavírus, afirmou a Oxfam. Em um relatório intitulado "O preço da dignidade", a Oxfam observa que entre 6% e 8% da população mundial pode cair na pobreza, à medida que os governos paralisam a economia para controlar a propagação do vírus.
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"Isso poderia constituir um recuo global de 10 anos na luta contra a pobreza e um recuo de 30 anos em regiões como a África Subsaariana, o Oriente Médio e o norte da África", porque mais da metade da população mundial poderia ficar abaixo da linha de pobreza como resultado da pandemia, informou a organização.
A Oxfam fez esse alerta antes das reuniões de abril do FMI, do Banco Mundial e dos ministros das Finanças do G20. Todas serão realizadas por videoconferência.
Os países mais pobres, sem sistemas de proteção social, serão os mais afetados, assim como as populações desfavorecidas, como as mulheres.
Para evitar esse cenário, a Oxfam recomenda ajuda financeira direta às pessoas mais afetadas e apoio prioritário às pequenas empresas, além de condicionar a assistência às grandes empresas a adoção de medidas para os mais vulneráveis.
Também pede a suspensão de pagamentos de dívidas pelos países mais pobres este ano. Ele cita o exemplo de Gana, que poderia "fornecer vinte dólares por mês para cada uma das 16 milhões de crianças, deficientes e idosos do país por seis meses" se fosse liberado dos prazos de pagamento da dívida.
A Oxfam aconselha um aumento de pelo menos um bilhão de dólares em Direitos Especiais de Saques (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar os países mais pobres e aumentar a ajuda ao desenvolvimento aos países doadores. Também sugeriu a criação de impostos emergenciais de solidariedade, tributando lucros extraordinários, grandes fortunas, produtos financeiros especulativos e atividades que têm um impacto negativo no meio ambiente.
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O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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