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Pandemia do coronavírus deixa quase 400 mil mortos no mundo

O Brasil é o terceiro país com mais mortes pelo coronavírus no mundo

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Publicado em 06/06/2020 às 22:02 | Atualizado em 06/06/2020 às 22:02
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A América Latina, especialmente o Brasil é, há algumas semanas, o epicentro do novo coronavírus - FOTO: AFP

O mundo se aproximava neste sábado (6) das 400.000 mortes pela pandemia do novo coronavírus, que avança de forma acelerada na América Latina, enquanto os países produtores de petróleo acordaram estender o corte da produção para reanimar os preços da commodity, derrubados pelas medidas de confinamento.

No Brasil, o terceiro país com mais mortes pelo coronavírus no mundo (35.026 até a noite de sexta-feira), o presidente Jair Bolsonaro ameaçou tirar o país da OMS por trabalhar com "viés ideológico", seguindo os passos do colega americano, Donald Trump.

Bolsonaro está entre os que argumentam que os danos à economia pelo confinamento são mais sérios do que os causados pelo vírus, em um momento em que a indústria petroleira foi particularmente atingida.

A Organização de Países Exportadores do Petróleo e seus aliados (Opep+) decidiram neste sábado estender a julho os cortes atuais de produção com o objetivo de estimular os preços do petróleo, duramente atingidos pela queda da demanda durante o confinamento.

Da África aos Estados Unidos, passando por Europa e Ásia, os governos procuram reviver economias devastadas por semanas de restrições para conter o avanço do vírus, que contagiou mais de 6,8 milhões de pessoas e matou mais de 397.000 no mundo desde que surgiu na China no fim de dezembro.

Os países europeus, entre os mais afetados, estão reativando consistentemente setores de suas economias e reabrindo fronteiras diante da desaceleração das taxas de infecção, enquanto a América Latina, especialmente o Brasil é, há algumas semanas, o epicentro do novo coronavírus.

Enquanto isso, a descoberta de um tratamento para a COVID-19 ainda parece muito longínqua.

Sem viés ideológico 

Até o momento, a América Latina soma mais de 1,2 milhão de casos e supera as 62.000 mortes, mais da metade no Brasil, onde Bolsonaro se recusou a aplicar medidas de confinamento em nível nacional e enfrentou governadores e prefeitos que as adotaram.

Bolsonaro ameaçou na sexta-feira retirar o Brasil da Organização Mundial da Saúde (OMS), que suspendeu os ensaios clínicos para o uso da hidroxicloroquina no combate ao coronavírus, que ele defende.

"E adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS, e a gente estuda, no futuro: ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou vamos estar fora também. Não precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro", declarou Bolsonaro à imprensa, em Brasília.

O Brasil, com 211 milhões de habitantes, tinha até a noite de sexta-feira 645.771 casos.

Autoridades de saúde acusaram neste sábado o governo de "invisibilizar" os mortos pela COVID-19, depois que um secretário nomeado pelo Ministério da Saúde questionou a contagem de óbitos na pandemia. E o último balanço oficial tinha apenas os casos registrados nas últimas 24 horas e não mais o acumulado.

A situação do país também ameaça os vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guana e Suriname).

O México, com 127 milhões de habitantes, registrava até a sexta-feira 13.170 mortes e 110.026 contágios; um pico de propagação e mortalidade que não impediu o governo a iniciar uma reabertura econômica e social.

O Peru, o segundo na região em número de casos (191.758) e o terceiro em óbitos (5.302), tem um sistema de saúde à beira do colapso e sofre uma dramática escassez de oxigênio para os pacientes graves.

 Trump comemora 


Nos Estados Unidos a COVID-19 deixou 109.000 mortes e 1,9 milhão de casos declarados - é de longe o país mais afetado pela pandemia em números absolutos.

No entanto, Trump diz que a economia está se recuperando.

"Temos a melhor economia na história do mundo. E essa fortaleza nos permitiu superar, em grande medida, esta terrível pandemia", disse.

Trump, que tentará se reeleger em novembro, reiterou o apelo a flexibilizar as medidas de confinamento, após a notícia surpreendente de que em maio foram gerados 2,5 milhões de empregos.

Em um sinal de um lento retorno à normalidade no país, a Universal Orlando se tornou o primeiro dos gigantescos parques temáticos da Flórida a reabrir, ainda que com medição de temperatura na entrada e máscaras obrigatórias.

 Europa abre suas portas 


O contraste com a Europa, onde o coronavírus fez estragos entre o fim de fevereiro e o começo de maio, não poderia ser maior.

Neste sábado foram reabertos locais emblemáticos, como o Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, e o Museu do Padro, o Rainha Sofia e o Thyssen, em Madri.

A Espanha (mais de 27.000 mortos) continuará na segunda-feira com seu cauteloso desconfinamento por etapas com a passagem de Madri e Barcelona à segunda e penúltima etapa que autoriza a abertura das praias para o banho de mar ou a parte interna de restaurantes.

A França (com mais de 29.000 mortos) declarou, por sua vez, que a epidemia está "sob controle", já que o vírus circula agora a "baixa velocidade", segundo Jean-François Delfraissy, presidente do conselho científico que assessora o governo.

O Reino Unido, que superou as 40.000 mortes, também aplica uma suspensão progressiva das restrições.

 

 

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