ANTICORPOS

Estudo mostra que macacos conseguem desenvolver imunidade para novo coronavírus rapidamente

Experimento foi feito em macacos Rhesus. Espécie escolhida é comum para pesquisas por apresentar semelhanças com o homem

Thalis Araújo
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Thalis Araújo
Publicado em 02/07/2020 às 21:26 | Atualizado em 02/07/2020 às 21:48
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Estudo foi publicado nesta quinta-feira (02) - FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Um estudo chinês revelou que macacos expostos ao novo coronavírus (Sars-Cov-2) conseguiram desenvolver imunidade em 28 dias. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira (02) na revista científica "Science". Para os pesquisadores, ainda é incerto como a proteção se desenvolve em humanos e qual é o seu tempo de duração.

Segundo informações do G1, os cientistas da Peking Union Medical College usaram, como cobaias, macacos Rhesus para o experimento com o vírus que causa a covid-19, que já fez milhões de vítimas fatais ao redor do mundo. A escolha da espécie de primata é comum para pesquisas por apresentar semelhanças com o homem.

Enquanto o estudo foi realizado, pelo menos seis animais contraíram uma dose do coronavírus. Os macacos desenvolveram sintomas da doença que podem ser considerados de leve a moderados, e levaram cerca de duas semanas para se recuperar.

Depois do período de 28 dias, seis macacos receberam novamente uma dose com o coronavírus, mas, desta vez, não apresentaram sinais de uma infecção. De acordo com o estudo, foi registrado apenas um pequeno aumento na temperatura corporal dos primatas.

Pico do vírus

Durante o período de infecção, os cientistas coletaram amostras dos animais, e puderam perceber que, depois de três dias, eles tiveram um pico na concentração da carga viral.

Depois da primeira infecção, os macacos desenvolveram uma resposta imunológica mais resistente. A pesquisa cita a criação de anticorpos neutralizantes, que conseguem bloquear o novo coronavírus. De acordo com os pesquisadores, é por esse motivo que os primatas foram poupados de uma reinfecção a curto prazo. Porém, eles reconhecem que há necessidade de mais estudos para verificar o tempo de duração desta imunidade nos animais.

Imunidade depois da infecção

Em junho, duas pesquisadoras comprovaram que macacos Rhesus, mesma espécie participante do estudo publicado nesta sexta, foram capazes de desenvolver imunidade contra o coronavírus após se recuperar da infecção. As pesquisas são um sinal de que vacinas contra a covid-19 podem vir a ser efetivas.

Um dos estudos publicados mostra que nove macacos foram infectados com a covid e, depois que eles melhoraram, foram expostos novamente ao vírus, mas não adoeceram.

Num segundo estudo, outros 25 macacos passaram pelo teste, com seis protótipos de vacinas para verificar se os anticorpos produzidos em respostas eram, de fato, protetivos. Eles infectaram esses animais e outros 10 macacos de um grupo de controle ao coronavírus.

Todos os animais do grupo de testagem demonstraram grande quantidade de vírus presente em seus pulmões e narizes, mas nos macacos que receberam a vacinação, os pesquisadores conseguiram identificar um "grau de proteção". Dos animais, oito que receberam a vacina ficaram completamente protegidos.

Os estudos, que passaram por revisão, não provam que humanos desenvolvem imunidade ou o tempo que a proteção pode durar, mas ajudam a desenvolver um otimismo maior nesse sentido.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

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