PANDEMIA

EUA recua na abertura com avanço da pandemia de coronavírus

Estados Unidos lideram na liderança dos balanços, com 135.582 óbitos pela covid-19

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Publicado em 13/07/2020 às 23:35 | Atualizado em 13/07/2020 às 23:36
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Novo coronavírus já fez milhões de vítimas ao redor do mundo - FOTO: PIXABAY

Os contagiados pelo novo coronavírus alcançaram nesta segunda-feira (13) os 13 milhões em todo o mundo, enquanto a pandemia obriga os Estados Unidos a recuar em sua reabertura e avança na América Latina e no Caribe, que se tornou a segunda região do planeta com mais mortos por covid-19. Em nível global, a doença causou 569.990 mortes e 13.000.166 contágios, segundo contagem da AFP. Os Estados Unidos seguem na liderança dos balanços, com 135.582 falecidos e 3,36 milhões de contágios.

O avanço implacável da doença na primeira economia do mundo levou nesta segunda ao fechamento de salões de restaurantes, bares e cinemas em toda a Califórnia, além de igrejas, academias de ginástica, shopping centers e salões de beleza nos 30 condados mais afetados do estado, inclusive Los Angeles.

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O retrocesso se dá em meio a um intenso debate sobre as medidas restritivas, inclusive a reabertura de escolas, entre autoridades políticas e de diferentes jurisdições.

As discussões e as pressões do governo Donald Trump para a retomada das atividades impediram uma resposta coerente diante do avanço do vírus, que bateu um recorde de contágios diários em vários estados nos últimos dias.

Autoridades de Houston, a maior cidade do Texas, por exemplo, pediram um novo confinamento depois da detecção de 1.600 novos casos em 24 horas. Mas o governador do estado, o republicano Greg Abbott não cedeu. 

Enquanto isso, a covid-19 atinge igualmente a região da América Latina e Caribe, que com 144.847 mortos superou em número de mortos Estados Unidos e Canadá (144.246), e ficou atrás apenas da Europa (202.780).

O Brasil é o país mais afetado da região e o segundo do mundo, com 72.833 mortes e quase de 1,9 milhão de contagiados, entre eles o presidente Jair Bolsonaro, reticente a medidas de confinamento.

Em 24 horas, foram registrados no país 20.286 novos casos, sendo 733 de novos óbitos.

O restante da América Latina tampouco tem trégua. Alguns países, como a Colômbia, revisam suas medidas de flexibilização.

No país, 3,5 milhões de pessoas voltaram nesta segunda ao confinamento, devido a uma alta alarmante de casos, segundo as autoridades. Até 23 de agosto, a capital, Bogotá, terá quarentenas de 14 dias por localidades (conjuntos de bairros), quando o balanço oficial alcança 154.277 infectados e 5.455 falecidos no país.

Na Bolívia, onde cinco ministros se contagiaram, além da presidente interina Jeanine Añez, o governo intervirá em hospitais e cemitérios particulares ante o risco de colapso dos serviços públicos sanitários e funerários, anunciou o governo nesta segunda.

Enquanto isso, o México anunciou no domingo que o vírus havia deixado 35.006 mortos no país, superando a Itália em número de óbitos (34.954).

Apesar disso, o presidente Andrés Manuel López Obrador disse nesta segunda que em 23 dos 32 estados mexicanos o número de casos se encontra estável ou em declínio.

"Agora, já temos que sair à rua", disse, assegurando que os trabalhadores informais precisam fazê-lo e pedindo aos cidadãos que se cuidem.

A Argentina também lamentou uma alta pronunciada de casos ao superar os 100.000, 95% deles na Região Metropolitana de Buenos Aires.

Os fechamentos se combinam com uma flexibilização seletiva no Chile, onde 18 clubes de futebol profissional em áreas em quarentena foram autorizados a retomar os treinamentos.

O Peru superou nesta segunda os 12.000 óbitos, dois dias antes da retomada dos transportes interestaduais terrestres e aéreos. Apesar do impacto da pandemia, as autoridades preveem reabrir restaurantes no dia 20 com 40% de sua capacidade e retomar as visitas à cidadela inca de Machu Picchu no dia 24. 

Dada a situação na América Latina e os retrocessos na Europa, onde novos confinamentos por recidivas geraram polêmicas, a OMS jogou um balde d'água fria nas expectativas de um retorno rápido à normalidade com um novo alerta, um dia depois de reportar um recorde diário de 230.000 novos contágios no mundo.

"O vírus segue sendo o inimigo público número um, apesar das ações de muitos governos e pessoas não o refletirem", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O chefe da OMS voltou a pedir foco na prevenção dos contágios com as pautas sanitárias conhecidas, como o uso de máscaras, ao que Trump cedeu pela primeira vez em público no sábado.

"Quero ser franco com vocês: não haverá um retorno à normalidade em um futuro previsível", advertiu Ghebreyesus.

Na Espanha, os moradores de Lérida e sete comunidades vizinhas na Catalunha (nordeste) deveriam manter um confinamento domiciliar a partir desta segunda, mas um tribunal pôs a determinação em suspenso.

Em resposta, o presidente catalão, Quim Torra, disse que emitirá um decreto lei para dar cobertura jurídica aos confinamentos.

Neste contexto de recidivas, várias regiões, como a Catalunha e as ilhas Baleares, decidiram reforçar a obrigatoriedade do uso de máscaras.

A Hungria, por sua vez, proibirá a partir de terça-feira o acesso de viajantes latino-americanos, africanos e da maioria dos países asiáticos e de alguns europeus. 

Em outras regiões do mundo, as restrições também voltaram, como na África do Sul, que reinstaurou um toque de recolher após registrar 12.000 novos casos diários nas últimas semanas. O Marrocos seguiu na mesma direção, ao fechar Tânger.

As Filipinas também confinaram 250.000 pessoas em Manila e Hong Kong impôs a partir desta segunda novas medidas para impedir novos surtos. Entre outras coisas, estão vetadas reuniões com mais de quatro pessoas e se tornou obrigatório o uso de máscaras nos transportes.

No campo econômico, o impacto dos confinamentos e a queda do petróleo continuam produzindo prognósticos sombrios: o Fundo Monetário Internacional degradou as previsões de crescimento no Oriente Médio ao seu menor nível em 50 anos.

As economias do Oriente Médio e do norte da África encolherão, em média, 5,7% este ano, com quedas de até 13% nos países em guerra.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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