O novo coronavírus matou pelo menos 600.000 pessoas em todo o mundo e deixou o planeta empobrecido e "fragilizado", uma vez que mesmo onde a pandemia era considerada controlada novos surtos surgiram e com eles, novas restrições.
No total, e desde que o vírus surgiu na China em dezembro passado, mais de 14 milhões de infecções em todo o mundo foram contabilizadas.
Nas últimas 24 horas, segundo uma contagem da AFP feita a partir de dados oficiais, os países com mais mortes são o Brasil, com 921 óbitos, Estados Unidos (832) e México (578).
- Coronavírus: Vacina produzida pelo Butantan pode ser aprovada pela Anvisa em novembro, afirma Doria
- Máscaras são eficientes no combate ao novo coronavírus, ao contrário do que diz influenciador
- Veja novos pontos do Recife que recebem as estações itinerantes para orientação sobre o coronavírus
- Pernambuco confirma mais 59 óbitos pelo coronavírus e se aproxima das 6 mil mortes
- Mundo tem recorde diário de infecções pelo novo coronavírus, aponta OMS
- Brasil ultrapassa dois milhões de infectados pelo novo coronavírus
- OMS registra recorde de novos casos de coronavírus no mundo
Os Estados Unidos, com mais de 140.000 mortes e 3,7 milhões de infectados, e o Brasil, com mais de 78.000 mortes e 2 milhões de casos, são os países mais atingidos pela pandemia, que de acordo com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, colocou o mundo "de joelhos".
"Um vírus microscópico (...) mostrou a fragilidade do nosso mundo", disse Guterres no sábado.
"Regiões inteiras que fizeram progressos na erradicação da pobreza e na redução da desigualdade regrediram vários anos", acrescentou.
- Passo atrás -
Hong Kong, Barcelona e Melbourne são alguns exemplos de lugares que tiveram que dar um passo atrás nos últimos dias devido ao aumento de infecções.
"Acho que a situação é realmente crítica e não há sinais de que ela será controlada", declarou, neste domingo, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, instando as pessoas neste território semi-autônomo a aumentar as medidas de distância social e respeitar as restrições em vigor em locais públicos.
Hong Kong foi um dos primeiros lugares a registrar casos de coronavírus após a pandemia surgir no centro da China em dezembro, mas sua gestão foi muito eficaz e em junho quase não havia casos de contaminação local.
No entanto, nos últimos 15 dias, 500 contágios foram registrados, incluindo mais de 100 nas últimas 24 horas.
Em Barcelona, segunda maior cidade da Espanha, as autoridades recomendaram que os habitantes ficassem em casa e impuseram outras restrições para evitar grandes reuniões, devido a um aumento significativo de infecções nos últimos dias.
A Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia com mais de 28.400 mortes, registra atualmente cerca de 150 surtos ativos, principalmente na Catalunha, mas também em outras regiões como Aragão ou País Basco.
Em Melbourne, segunda maior cidade da Austrália, a máscara protetora será obrigatória a partir de quinta-feira em locais públicos devido ao aumento de infecções (363 nas últimas 24 horas), apesar do confinamento aplicado há dez dias.
- Europeus divididos -
Na América Latina, as mortes por coronavírus superam 160.000 e houve mais de 3,7 milhões de infecções.
No Peru, o governador de Cusco, Jean Paul Benavente, testou positivo em meio a um aumento de casos nessa região do sudeste do país, onde ocorreram mais de 500 novas infecções em uma semana, o que ameaça a reabertura de Machu Picchu, prevista para 24 de julho.
"Não há garantias para a reabertura", disse Darwin Baca León, prefeito de Machu Picchu, um dos lugares turísticos mais emblemáticos do mundo, à rádio local.
O Peru registrou mais de 12.000 mortes e 345.000 infecções até o momento.
Devido à pandemia e ao confinamento, o planeta poderá sofrer uma contração econômica de 4,9% em 2020. O declínio seria de 10,2% na zona do euro e 9,4% na América Latina e no Caribe, segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Para sair da maior recessão de sua história, a União Europeia (UE) vem discutindo desde sexta-feira um plano para superar os estragos provocados pelo coronavírus. Contudo, o debate tem sido tenso e há chances de fracasso.
A proposta é um fundo de 750 bilhões de euros (US$ 840 bilhões) que a Comissão Europeia tomaria emprestado em nome dos 27, um marco no projeto europeu.
Mas seu valor, sua distribuição na forma de subsídios e empréstimos e as condições de acesso provocam a relutância da Holanda, Áustria, Suécia, Dinamarca e Finlândia, que são adeptos ao rigor fiscal.
Comentários