Trump proíbe aplicativo TikTok

SEGURANÇA NACIONAL Estados Unidos temem uso de dados pela inteligência chinesa

Agência France-Presse
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Publicado em 02/08/2020 às 6:00
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Nos jardins da Casa Branca, Trump afirmou neste sábado que Amy Coney Barrett é notável pelo caráter e intelecto e qualificada para o trabalho - FOTO: CHIP SOMODEVILLA/AFP
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WASHINGTON, Estados Unidos - O presidente Donald Trump anunciou na sexta-feira (31) que irá proibir a rede social TikTok nos Estados Unidos, após as autoridades americanas mostrarem preocupação com a possibilidade da plataforma ser usada como ferramento da inteligência chinesa.

Em declarações aos jornalistas durante viagem no avião presidencial Air Force One, Trump afirmou: "Em relação ao TikTok, vamos proibi-lo nos Estados Unidos".

TikTok, um aplicativo de vídeos muito popular entre os jovens e que pertence à ByteDance, uma empresa com sede na China, tem cerca de um bilhão de usuários no mundo.

A plataforma é objeto de uma investigação do CFIUS, a agência americana responsável por monitorar se os investimentos estrangeiros não representam um risco à segurança nacional.

Funcionários e legisladores americanos expressaram nas últimas semanas preocupação com a possibilidade do TikTok ser usado pela China como ferramenta de espionagem. A empresa responsável pela rede social nega qualquer vínculo com o governo de Pequim.

Steven Mnuchin, o secretário do Tesouro dos EUA, disse na quarta-feira que faria uma "recomendação" sobre a plataforma à Casa Branca nesta semana.

"Estamos aqui pra ficar", assegurou ontem Vanessa Pappas, encarregado nos Estados Unidos do TikTok.

"Temos escutado seu apoio crescente e queremos agradecer. Não temos planos de ir embora", diz um vídeo postado no aplicativo, destinado a acalmar os usuários preocupados.

"Continuem fazendo ouvir sua voz e continuem apoiando o TikTok!", expressou Pappas.

"Embora não comentemos as especulações, confiamos no sucesso a longo prazo do TikTok" nos Estados Unidos, respondeu o grupo.

PROTEÇÃO

O TikTok teve que se defender de seus vínculos com a China, onde a ByteDance possui um aplicativo semelhante mas com outro nome. Sempre negou que compartilha informações com as autoridades chinesas e garante que não tem a intenção de aceitar pedidos neste sentido.

Na sexta-feira, antes do anúncio de Donald Trump, alguns meios de comunicação americanos afirmaram que o presidente iria obrigar o grupo ByteDance a vender o TikTok.

De acordo com o jornal The Wall Street Journal e a agência Bloomberg, o presidente estava se preparando para assinar uma ordem oficial para obrigar a empresa-mãe chinesa a se separar do aplicativo em nome da proteção da segurança nacional.

A ByteDance ofereceu vender a filial americana do aplicativo, de acordo com o jornal The New York Times.

"Centenas de milhões de pessoas vêm ao TikTok para se entreter e conectar, inclusive nossa comunidade de criadores e artistas que vivem graças à plataforma", acrescentou o TikTok.

No entanto, em vez de vender, Trump anunciou sua proibição nos Estados Unidos, que será efetiva desde ontem.

Há alguns dias, o TikTok se comprometeu a ter um alto nível de transparência e a permitir o controle de seus algoritmos para tranquilizar usuários e reguladores.

"Todo o setor de atividades está sendo analisado com atenção e com razão. Devido às origens chinesas da empresa, estamos sendo analisados com mais atenção ainda. Aceitamos isso e aceitamos o desafio", disse nesta semana o CEO do TikTok, Kevin Mayer.

James Lewis, chefe do programa político de tecnologias no Center for Strategic and International Studies, acredita que o risco de segurança por usar o TikTok é "quase nulo". Em vez disso, "parece que a ByteDance pode estar sob pressão de Pequim", declarou.

A rede social também está na mira de outros países. A Índia a colocou no topo de uma lista de 59 aplicativos que proibiu em seu território em 30 de junho, para "garantir a segurança e a soberania do ciberespaço indiano".

O Paquistão, país muçulmano muito conservador, emitiu recentemente um "último aviso" ao aplicativo para que retire de sua plataforma conteúdos considerados "imorais, obscenos e vulgares.

 

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