Uma agência das Nações Unidas expressou nesta sexta-feira (14) sua preocupação por possíveis resíduos tóxicos gerados pela gigantesca explosão no porto de Beirute, e pediu que fossem analisados seu impacto e periculosidade.
A catástrofe de 4 de agosto, que provocou mais de 171 mortos e 6.500 feridos, "cobriu Beirute com camadas e camadas de resíduos" de todo tipo, explicou do Líbano Rekha Das, conselheira de crise para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), durante coletiva de imprensa por videoconferência organizada em Genebra, Suíça.
"Devemos analisar os distintos tipos de despejos: os tóxicos, médicos, eletrônicos...", ressaltou Das, que lembrou que "devemos determinar quais são perigosos e os que não são, quais são recicláveis e os que não são, e guardá-los em lugares seguros aqueles que não podem ser reciclados".
- Libaneses que vivem no Brasil organizam ajuda para auxiliar Beirute
- Libaneses temem falta de pão depois da tragédia do porto de Beirute
- Três membros do ministério do Líbano renunciam após explosão em Beirute
- Governo brasileiro nomeia integrantes de delegação que vai a Beirute
- "Mamãe, não quero morrer": as crianças de Beirute traumatizadas
- Especialistas da ONU pedem investigação independente sobre explosão em Beirute
"O problema é importante porque já havia uma questão neste país com a seleção do lixo", reconheceu a responsável da ONU.
"Além desses resíduos visíveis e da contaminação, o Mediterrâneo também foi contaminado, algo do qual sabemos pouca coisa", afirmou.
Esta tarefa de análise dos resíduos, que "apenas começou", se realizará "em estreita colaboração com especialistas da União Europeia" e "organizações de voluntários".
Das reconheceu que "será difícil chegar nas zonas danificadas", já que ainda há "tijolos e ladrilhos caindo", mas eles esperam obter os primeiros resultados preliminares "dentro de uma semana".
O PNUD calcula que são necessários ao menos US$ 3 milhões para financiar essas primeiras tarefas de análise dos resíduos.