O centro de Santiago, capital do Chile, retomou as atividades nesta segunda-feira (17) após o fim da quarentena que durou quase cinco meses, uma das mais longas do mundo, com filas no comércio, distanciamento físico e algumas aglomerações.
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Após 144 dias de reclusão, os residentes voltaram às ruas sem licença especial de mobilidade, enquanto o comércio voltou a funcionar com funcionários que vivem na mesma comuna ou em outras sem quarentena.
Assim, o centro de Santiago e o bairro vizinho de Estación Central passaram à fase de "transição" (a segunda de cinco) da estratégia de desconfinamento do governo após a estabilização das infecções por coronavírus.
As ruas para pedestres e os espaços de espera nos semáforos foram delimitados respeitando o distanciamento físico. O uso de máscaras é obrigatório, inclusive em ambientes externos.
"Está tudo bem para as lojas, porque elas têm que reativar a economia, mas por outro lado, ainda há infecções e haverá muito mais porque há muito mais gente na rua", disse Natasha Curco à AFP enquanto caminhava pelo centro de Santiago.
As filas nas instalações comerciais foram organizadas pela Polícia e guardas particulares para evitar aglomerações. "Começamos aos poucos, com os protocolos de segurança, distanciamento social, álcool gel, medição de temperatura, máscara, protetor facial", explicou à AFP João Padilla, dono de uma loja de acessórios esportivos, onde a fila de clientes se mantinha organizada.
O mesmo não foi possível em um pequeno shopping atacadista que teve que ser fechado após atrair uma multidão em busca de estoques de mercadorias.
Outra grande aglomeração se formou do lado de fora de uma das sucursais da 'Caja de Crédito Prendiario', conhecido como 'Tía Rica', uma instituição do Estado onde as pessoas penhoram objetos.
O prefeito de Santiago, Felipe Alessandri, considerou que foi um dia "de contrastes", no qual o centro histórico "atendeu" às medidas de prevenção, mas também houve alguns pontos de "aglomeração".
Segundo as autoridades, a mobilidade durante o dia aumentou 11% no centro de Santiago em relação à segunda-feira passada e 14% na 'Estación Central'. Mas, se comparado a uma segunda-feira de março, ficou 30% mais baixa nos dois locais.
No mesmo dia que começou o desconfinamento do centro de Santiago e do Estación Central, a capital registrou 1.556 infecções e 61 mortes, num total de 387.502 contágios e 10.513 óbitos desde o primeiro caso de coronavírus notificado no país em 3 de março.
O Chile mantém o toque de recolher noturno, as fronteiras fechadas e as aulas suspensas.
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