Atirador mata dois e é preso

EUA Jovem abriu fogo contra manifestantes que protestavam contra episódio em que policiais atiraram contra um negro pelas costas

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Publicado em 27/08/2020 às 2:00
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MÃE "De verdade, precisamos apenas de orações" - FOTO: AFP
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Um adolescente foi preso nos Estados Unidos nesta quarta-feira (26) após a morte de duas pessoas durante protestos antirracistas em Kenosha, no estado de Wisconsin, para onde o presidente Donald Trump anunciou o envio de forças federais adicionais.

A cidade de Kenosha, no norte dos EUA, tem sido abalada por manifestações com surtos de violência desde domingo, quando um homem negro, Jacob Blake, foi baleado à queima-roupa por um policial branco.

Durante os protestos da terça-feira, duas pessoas foram mortas a tiros e uma terceira foi ferida depois que um homem em roupas civis com um rifle de assalto abriu fogo contra os manifestantes.

"Esta manhã, as autoridades do condado de Kenosha emitiram um mandado de prisão do indivíduo responsável pelo incidente, acusando-o de homicídio intencional em primeiro grau", (homicídio doloso), disse a polícia de Antioch, cidade do estado vizinho Illinois.

"O suspeito neste incidente, um residente de Antioch de 17 anos, está atualmente sob a custódia do sistema judicial do condado de Lake, enquanto aguarda uma audiência de extradição para transferir a custódia de Illinois para Wisconsin", acrescentou.

As autoridades ordenaram um toque de recolher das 19h às 7h até domingo em Kenosha na esperança de acalmar a situação após a violência de terça-feira, quando vigilantes armados correram para o local dos protestos prometendo defender a propriedade privada.

Vídeos mostram um dos vigilantes, que se acredita ser o jovem detido, atirando contra os manifestantes com um rifle de assalto. Ele aparentemente acerta dois que tentam detê-lo e então caminha livre pela rua, com a arma no peito, enquanto a multidão se dispersa e veículos da polícia passam por ele.

Trump anunciou o envio de reforços policiais e tropas da Guarda Nacional para Kenosha para "restaurar a LEI e a ORDEM!". "Nós NÃO vamos apoiar saques, incêndios criminosos, violência e ilegalidade nas ruas americanas", tuitou Trump, em sua primeira reação ao assassinato de Blake no domingo.

As autoridades locais, porém, disseram que já tinham centenas de policiais de todo o estado, cerca de 250 homens da Guarda Nacional, agentes federais e do FBI os ajudando. "Sei que as pessoas estão buscando justiça", disse o xerife do condado de Kenosha, David Beth, em entrevista coletiva.

Mas ele ressaltou que as pessoas precisam obedecer o toque de recolher e que não será tolerada uma repetição dos distúrbios da segunda-feira, quando veículos e edifícios foram queimados.

O chefe de polícia de Kenosha, Daniel Miskins, confirmou que dois homens da região, de 26 e 36 anos, foram mortos na noite de terça-feira e outro, também de 26 anos, foi ferido por tiros.

No entanto, ele se recusou a falar sobre o caso de Blake, 29 anos, que levou sete tiros nas costas no domingo, disparados por um policial, enquanto tentava entrar em seu carro, onde estavam seus três filhos. Segundo testemunhas, ele havia antes tentado mediar uma disputa doméstica no local.

Uma investigação está em andamento e os policiais envolvidos foram suspensos. Blake está paralisado da cintura para baixo após várias cirurgias.

 

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