O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, responderá em seu discurso na terça-feira (22), antes da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), às críticas em relação a sua política na Amazônia, informou o vice-presidente, Hamilton Mourão, nesta segunda-feira (21).
- Mourão faz apelo a moradores da Amazônia: "vamos evitar queimadas"
- Cármen Lúcia dá 5 dias a Bolsonaro e Azevedo para explicar Forças Armadas na Amazônia
- Luiz Rangel critica desmatamento da Amazônia na exposição 'Natureza Morta'
- Ativistas do Greenpeace fazem protesto na França contra o desmatamento na Amazônia
- No Twitter, Salles volta a afirmar que a Amazônia 'não está queimando'
"[Bolsonaro] vai tocar na Amazônia, mostrar em princípio o que estamos fazendo", disse Mourão a jornalistas, que chefia o Conselho Nacional da Amazônia Legal, acrescentando que o combate às atividades irregulares na floresta "não é simples".
Por sua vez, o general aposentado Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), acusou os promotores das campanhas para proteger a Amazônia de quererem "prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro".
"Não podemos admitir e incentivar que nações, entidades e personalidades estrangeiras, sem passado que lhes dê autoridade moral para nos criticar, tenham sucesso no seu objetivo principal, obviamente oculto, mas evidente para os não inocentes que é prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro", afirmou Heleno, um dos ministros mais próximos do presidente.
Como é regra em todos os anos, nesta terça-feira o Brasil abrirá os discursos das lideranças antes da Assembleia Geral da ONU.
Neste ano, por conta da pandemia do novo coronavírus, o encontro será virtual e o discurso de Bolsonaro, segundo a mídia, foi enviado por vídeo.
Em 2019, Bolsonaro fez sua estreia na reunião internacional com um discurso no qual negou o avanço dos incêndios florestais e defendeu a soberania brasileira sobre a Amazônia.
Entre janeiro e agosto, o desmatamento - responsável por grande parte dos incêndios na Amazônia - foi reduzido em apenas 5% em relação ao mesmo período de 2019, quando atingiu números recordes.
Desde que o Bolsonaro chegou ao poder em 2019, "a devastação mudou de patamar. Antes de Bolsonaro, as taxas mensais médias de alertas (de desmatamento) nos meses de maio a setembro, auge da seca e das derrubadas, não ultrapassavam 600 km2. Nos últimos anos, elas dobraram", ressalta Marcio Astrini, secretário-executivo da ONG Observatório do Clima.
Bolsonaro defende a exploração comercial e energética da Amazônia e ataca ONGs e defensores da preservação ambiental e das terras indígenas.
Comentários