política ambiental

Brasil entra no primeiro debate Trump x Biden por causa das queimadas na Amazônia e no Pantanal

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, disse que, se eleito, organizaria doação de 20 bilhões de dólares ao Brasil para proteger as árvores e imporia sanções econômicas caso o país não controlasse a situação

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Publicado em 30/09/2020 às 0:42 | Atualizado em 30/09/2020 às 1:07
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Biden está 16 pontos porcentuais à frente do presidente Donald Trump - FOTO: JIM WATSON/AFP

Por causa das queimadas na Amazônia e no Pantanal, que repercutem em todo o mundo, o Brasil foi citado no primeiro debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. Ao criticar a política ambiental do presidente norte-americano, o republicano Donald Trump, o democrata Joe Biden disse que, se eleito, organizaria doação de 20 bilhões de dólares ao Brasil para proteger as árvores e imporia sanções econômicas caso o país não controlasse a situação.

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"No Brasil, as florestas estão sendo destruídas", afirmou Biden.  Ele prometeu, se eleito, reunir fundos para enviar ao Brasil e disse que apresentaria a ajuda da seguinte maneira: "Aqui estão 20 bilhões de dólares, parem de destruir a floresta. Se não pararem, haverá consequências significativas". O governo federal não foi citado diretamente e o presidente norte-americano, Donald Trump, não comentou a fala.

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Bolsonaro diz que o Brasil é 'o país que mais preserva'

No dia 24 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que se as terras indígenas passassem a ocupar área equivalente a 20% do território nacional, o agronegócio seria "inviabilizado". Atualmente, 13,8% da extensão do País é reservada a povos indígenas. Ele alegou ainda que a expansão das terras indígenas para 20% do território seria uma vontade de "alguns países do primeiro mundo".

Após ter rebatido críticas à sua política ambiental no dia 22, em discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente voltou a dizer que é acusado de "tocar fogo" na Amazônia e no Pantanal "ou não tomar providências" em relação ao alastramento das queimadas nas duas regiões. Segundo o mandatário, o Brasil seria alvo de "um ataque criminoso" e "desinformação" como parte de um "jogo econômico".

Bolsonaro repetiu a afirmação de que o Brasil seria "o país que mais preserva" florestas tropicais, sem explicar, contudo, que fomos também o país com a maior perda desse tipo de cobertura vegetal em 2019. "Temos commodities, o que produzimos no campo. Tem países - não quero citar nomes para não ter polêmica, mas o pessoal deve saber qual país europeu está interessado nisso - que nos acusam de ser terroristas ambientais", continuou o presidente.

Além de países europeus e a imprensa, ele acusou a esquerda de, supostamente, "se aproveitar" dos incêndios florestais para tentar prejudicá-lo. Bolsonaro também repetiu, a exemplo da fala à ONU, que, nas suas palavras, "o índio" e "o caboclo tocam fogo no roçado".

"Fazemos o trabalho de conter o foco de incêndio, mas, problemas e medidas equivocadas no passado potencializam os incêndios", alegou o presidente.

Nesse ponto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a defender o uso do fogo de forma preventiva para diminuir o acúmulo de matéria orgânica no solo. O ministro também repetiu a alegação de que o "núcleo" da floresta, por ser úmido, não estaria pegando fogo. "Pega no entorno da floresta, com a diminuição da vegetação pela intervenção humana ao longo de 500 anos", acrescentou.

 

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