ESTADOS UNIDOS

Trump vota antecipadamente na Flórida e acelera campanha sem perder o otimismo

O presidente americano, que disputa sua reeleição com o democrata Joe Biden, votou na manhã deste sábado (24)

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Publicado em 24/10/2020 às 16:07 | Atualizado em 24/10/2020 às 16:07
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Trump declarou uma emergência nacional dizendo que os investidores americanos estão ajudando a China "a ameaçar diretamente a pátria dos Estados Unidos e suas forças no exterior" - FOTO: MANDEL NGAN/AFP

Donald Trump votou antecipadamente na manhã deste sábado (24) em um centro eleitoral de West Palm Beach, na Flórida, no início de outro dia de campanha cheio, antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos em 3 de novembro.

O presidente americano, que disputa sua reeleição com o democrata Joe Biden, compareceu a uma biblioteca habilitada a votar perto de sua propriedade Mar-a-Lago, no estado para onde se mudou da sua cidade-natal Nova York.

"Votei em um cara chamado Trump", disse sorridente ao sair.

Quase 55 milhões de americanos já emitiram seu voto antecipado, em uma eleição imersa na pandemia de coronavírus.

Ao votar, Trump usou uma máscara, algo que raramente costuma fazer, minimizando o vírus desde o início da crise de saúde e tendo inclusive se infectado com ele.

"Foi uma votação muito segura. Muito mais segura do que enviar correspondência, posso te dizer isso", disse Trump, que insiste, sem evidências, que a votação por correspondência conduz à fraude.

"Tudo foi perfeito, muito estrito, de acordo com as regras. Quando você envia sua correspondência, nunca será tão seguro quanto isso", acrescentou o presidente, que faz um grande esforço de última hora para alcançar Biden na reta final da disputa eleitoral.

Dezenas de simpatizantes se reuniram neste sábado de manhã para apoiá-lo na Flórida.

Sua agenda de hoje inclui atos de campanha na Carolina do Norte, Ohio e Wisconsin - todos estados-chave para chegar à presidência.

"Vocês estarão muito ocupados hoje, porque vamos trabalhar duro", disse Trump aos jornalistas que o acompanham na cobertura da campanha.

Apesar da confiança do inquilino da Casa Branca, o coronavírus está mais presente do que nunca como um dos principais fracassos de seu governo, com mais de 224.000 mortes no país.

"Essa é a presidência de Trump", disse o democrata Joe Biden na manhã deste sábado na Pensilvânia, seu estado-natal, cuja votação será especialmente esperada em novembro, após a surpreendente vitória de Trump em 2016, a primeira de um candidato republicano desde 1998 no estado.

- Obama e Sanders, em campanha -
"Ontem foi o pior dia que tivemos, mas no debate de quinta-feira à noite Donald Trump disse e continua dizendo que estamos no fim do túnel, que o vírus vai embora e que vamos aprender a viver com isso", disse Biden. "Eu lhe digo que não estamos aprendendo a viver com isso. Ele nos pede que aprendamos a morrer com isso e isso é ruim", acrescentou.

O candidato democrata, de 77 anos, é frequentemente provocado pelo magnata republicano, devido ao seu ritmo de campanha muito mais calmo e em relação às recomendações de saúde que o tem afastado das multidões.

Trump prometeu aumentar o ritmo na reta final com cinco reuniões ao dia.

"Como podemos fazer cinco ao dia? Quem mais pode fazer cinco ao dia? Vocês acreditam que Joe Biden pode fazer cinco ao dia? Eu não acredito", disse Trump aos jornalistas na noite de sexta-feira a bordo do avião presidencial Air Force One.

Mas o ex-vice-presidente de Barack Obama contará com o apoio do ex-líder, mesmo que seja muito popular entre os democratas, que celebrará uma reunião em formato "drive-in" (dentro dos veículos) na Flórida, outro estado-chave que venceu por duas vezes, em 2008 e 2012.

Outra figura democrata, o senador Bernie Sanders, ex-adversário de Biden nas primárias e também muito popular entre a ala esquerda do partido, estará fazendo campanha na Pensilvânia.

Apesar das pesquisas, que dão a Biden uma média de 8 pontos percentuais a mais que o rival em nível nacional, Trump continua otimista e parece acreditar em sua recuperação na Flórida, um dos estados que definirá a eleição de novembro.

"Não chegamos tarde, estamos na frente. Estamos na frente onde estávamos há quase quatro anos e a onda também será maior que há quatro anos", disse Trump na noite de sexta-feira.

O coronavírus, que causou mais de 220.000 mortes no país, segue representando uma ameaça crescente, com um recorde de contágios em 24 horas na sexta-feira, com mais de 83 mil novos casos detectados.

Em um comunicado neste sábado, Biden voltou a responsabilizar o atual morador da Casa Branca: "O presidente Trump sabia da gravidade deste vírus e não disse a verdade ao povo americano", escreveu, e ainda afirmou que Trump "não está disposto e é incapaz de fazer um trabalho duro para controlá-lo".

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