CAPITÓLIO

Polícia retira manifestantes e afirma que Congresso dos Estados Unidos está seguro

Local foi invadido por apoiadores do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira (6), durante o processo de certificação da vitória de Joe Biden

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AFP, Estadão Conteúdo

Publicado em 06/01/2021 às 22:28 | Atualizado em 06/01/2021 às 22:30
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Após horas de tensão, a polícia retirou os manifestantes e anunciou que o prédio do Congresso dos Estados Unidos, conhecido como Capitólio, está seguro. O local foi invadido por apoiadores do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira (6), durante o processo de certificação da vitória de Joe Biden, que assume o cargo de presidente no dia 20 de janeiro.

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Segundo a imprensa americana, os sargentos de armas da Câmara dos Representantes e do Senado afirmaram que o Capitólio estava seguro, cerca de quatro horas após o início do ataque.

Um toque de recolher noturno foi decretado pela prefeita de Washington, Muriel Bowser, que pediu a ajuda da Guarda Nacional para restabelecer a ordem na capital do país.

A medida entrou em vigor às 18h locais (20h no horário de Brasília) e vai até as 6h de quinta-feira. Milhares de partidários de Trump, porém, ainda podiam ser vistos circulando pelas ruas.

"Queremos que todos saiam e saiam rapidamente", disse Bowser aos repórteres. "O toque de recolher será imposto."

Com equipamentos de choque, a polícia estabeleceu um perímetro ao redor do edifício do Capitólio, que foi invadido por seguidores de Trump depois que ele discursou em um comício próximo ao local repetindo suas alegações infundadas de fraude eleitoral.

Apoiadores de Trump levaram o caos ao Congresso

Policiais tensos sacaram suas armas enquanto legisladores colocavam máscaras de gás e os manifestantes quebravam janelas - este foi o dia em que a tentativa do presidente Donald Trump de reverter as eleições nos Estados Unidos saiu do controle "selvagemente".

No grande edifício abobadado do Capitólio dos Estados Unidos, inicialmente fora da vista das câmeras, ocorreram cenas que pareciam com um golpe.

Apoiadores de Trump, agitando suas bandeiras azuis e chapéus vermelhos da campanha, invadiram o prédio e avançaram direto para a câmara de debates.

Uma foto que viralizou no Twitter mostrava agentes à paisana apontando armas através de uma janela quebrada para evitar que mais pessoas entrassem.

Os legisladores receberam máscaras para se protegerem do gás lacrimogêneo enquanto fugiam para sua segurança.

Para os que fugiam, era uma corrida contra o tempo: os manifestantes entravam tão rapidamente quanto os membros do Congresso saíam.

Alguns deles ocuparam o gabinete da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e tiraram fotos ocupando sua mesa.

"Não via nada parecido desde que fui enviado ao Iraque", disse Mike Gallagher, um legislador republicano e veterano de guerra, ao canal de notícias CNN.

Trump vinha dizendo que queria impedir o Congresso de certificar oficialmente a vitória do democrata Joe Biden na quarta-feira.

O presidente não tinha como fazer isso legalmente. Mas tentou.

Ele ameaçou o vice-presidente, Mike Pence, que presidia a cerimônia.

Mas Pence disse que não tinha uma maneira constitucional de fazer isso. As regras são claras.

Assim, os apoiadores de Trump agiram e, pelo menos temporariamente, atrapalharam a sessão e literalmente paralisaram a democracia.

A multidão cumpriu sua missão após o último discurso de seu líder.

Trump falou por mais de uma hora no National Mall e fez uma série de afirmações falsas além de mencionar teorias segundo as quais ele deveria permanecer presidente apesar de perder as eleições de novembro. Então, os encorajou a marchar para o Congresso.

Em minutos, a multidão estava subindo as escadas do Capitólio. Pequenos grupos violentos entraram em confronto com a polícia e finalmente conseguiram entrar.

Imagens de televisão mostraram homens, alguns com roupas militares, quebrando e subindo em uma janela.

Outros subiram nos veículos oficiais estacionados em frente ao Congresso e abandonados pelos motoristas.

Trump prometeu a seus seguidores que esta quarta-feira seria um dia "selvagem" para a capital dos EUA. E assim foi.

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