Obama, Carter e Clinton, ex-presidentes dos EUA, denunciam violência no Capitólio
Invasão de extremistas resultou na morte de quatro pessoas
Os ex-presidentes americanos, de Jimmy Carter a Barack Obama, condenaram de forma veemente as ações violentas ocorridas no Capitólio na quarta-feira (6), classificando-as de "vergonha" e "tragédia" e acusando o presidente Donald Trump de ter estimulado o movimento.
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"A história lembrará a violência de hoje no Capitólio, estimulada por um presidente que mentiu incansavelmente sobre o resultado de uma eleição, como um momento de desonra e de vergonha para o nosso país", disse o ex-presidente Barack Obama, em um comunicado.
O ex-presidente democrata culpou Donald Trump e os republicanos pelo ataque ao Congresso dos Estados Unidos na quarta-feira.
"Mas estaríamos nos enganando se tratássemos isso como uma surpresa total", afirmou Obama, acrescentando que os distúrbios violentos foram "incitados" por Trump, "que continuou a mentir sem base sobre o resultado de uma eleição legal".
Obama também destacou o papel do Partido Republicano e de seus apoiadores na imprensa, os quais acusou de, "muitas vezes, não estarem dispostos a dizer a verdade a seus seguidores" sobre a vitória do democrata Joe Biden na eleição de 3 de novembro passado.
O ex-presidente Bill Clinton, outro democrata, também denunciou um "assalto sem precedentes" às instituições americanas, "alimentado por mais de quatro anos de políticas envenenadas".
"A centelha foi acendida por Donald Trump", denunciou.
Para o ex-presidente republicano George W. Bush, a irrupção de partidários de Trump no Capitólio e a interrupção, durante horas, da sessão de certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial foram situações dignas de uma "república bananera".
"É assim que são disputados os resultados eleitorais em uma república 'bananera', não em nossa república democrática", disse Bush, em uma nota sobre os distúrbios provocados por partidários de Donald Trump, os quais chamou de "insurreição".
Aos 96 anos, o ex-presidente democrata Jimmy Carter disse ter ficado "preocupado" com o ocorrido na sede do Poder Legislativo americano, uma "tragédia nacional", segundo ele. Carter pediu uma "solução pacífica".
A invasão de partidários do presidente em fim de mandato resultou na interrupção da certificação da vitória presidencial de Joe Biden por várias horas nesta quarta-feira. Os debates no Congresso não puderam ser retomados antes das 20h locais (22h de Brasília).
Na madrugada desta quinta-feira (7), o vice-presidente americano, o republicano Mike Pence, certificou o voto de 306 grandes eleitores a favor do candidato democrata, contra os 232 obtidos por Donald Trump, validando a vitória de Biden no Congresso.
A posse do democrata acontece em 20 de janeiro.