Clima

EUA retorna oficialmente ao Acordo de Paris e promete atuar sobre o clima

Exatamente um mês depois de tomar posse, a maior economia mundial e segunda maior emissora de carbono voltou formalmente ao acordo de 2015 que tem como objetivo combater o aquecimento global

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AFP

Publicado em 20/02/2021 às 0:08
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Os Estados Unidos retornaram oficialmente ao Acordo de Paris sobre o Clima nesta sexta-feira (19) e o governo do presidente Joe Biden prometeu tornar a batalha ambiental prioridade máxima de seu governo.

Exatamente um mês depois de tomar posse, a maior economia mundial e segunda maior emissora de carbono voltou formalmente ao acordo de 2015 que tem como objetivo combater o aquecimento global.

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O reingresso de Washington significa que o Acordo de Paris volta a incluir, virtualmente, todas as nações do mundo, depois que Donald Trump, antecessor de Biden e aliado da indústria dos combustíveis fósseis, retirou os Estados Unidos do pacto, argumentado que era injusto com a superpotência.

Em um discurso na Conferência de Segurança de Munique, Biden pediu aos países europeus que redobrem seus compromissos no combate às mudanças climáticas.

"Não podemos mais atrasar ou fazer o mínimo para lidar com as mudanças climáticas", disse ele. "Esta é uma crise existencial global. Todos sofreremos as consequências".

"A mudança climática e a diplomacia científica nunca poderão voltar a ser 'agregados' em nossas discussões de política externa", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado saudando o retorno dos Estados Unidos ao acordo.

"Abordar as ameaças reais da mudança climática e ouvir nossos cientistas está no centro das nossas prioridades de política interna e externa. É vital em nossas discussões sobre segurança nacional, esforços de saúde internacional para a migração e em nossas negociações comerciais e diplomacia econômica", frisou.

Após elogiar o Acordo de Paris, negociado pelo ex-presidente Barack Obama, Blinken disse que a diplomacia climática será crucial.

Biden planeja uma cúpula do clima para 22 de abril, coincidindo com o Dia da Terra. John Kerry, ex-secretário de Estado e agora enviado dos EUA para o clima, pediu ao mundo que aumentasse suas ambições nas conversas sobre o tema na ONU, que serão celebradas em Glasgow, em novembro.

"Acho que temos que acabar com a expressão mudança climática e reconhecer o fato de que agora é crise climática", disse Kerry em um fórum virtual da ONU, comemorando o retorno dos Estados Unidos ao acordo.

"Penso que Glasgow é nossa última e maior esperança para fazer com que o mundo se dirija a tomar um caminho mais seguro", acrescentou.

O novo presidente dos EUA se comprometeu a tornar o setor energético dos EUA livre de poluição até 2035 e que o país passe a ser uma economia de emissões zero até 2050.

Trump, um aliado da indústria de combustíveis fósseis, argumentou que o Acordo de Paris era injusto para os Estados Unidos.

No entanto, os objetivos do Acordo de Paris não são essencialmente vinculantes, e cada país redige suas próprias medidas. Obama e Kerry sempre insistiram neste ponto, conscientes da oposição política em casa.

O Acordo de Paris visa limitar o aumento da temperatura global a 2º Celsius acima dos níveis pré-industriais e continuar os esforços para baixá-lo a 1,5ºC.

O crescente impulso político em torno da questão começa a mostrar que as mudanças climáticas ainda causam um impacto significativo.

Um estudo recente revelou que 480.000 pessoas morreram em desastres naturais relacionados a condições meteorológicas extremas. 

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