Coronavírus

EUA avança com vacinação contra covid-19 e Índia confina sua capital

A Índia, com 1,3 bilhão de habitantes, relatou um recorde de 273.810 infecções em 24 horas

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AFP

Publicado em 20/04/2021 às 0:02
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A vacinação contra a covid-19, já administrada a metade dos adultos nos Estados Unidos, é estendida nesta segunda-feira (19) a todos os habitantes do país, medida que a Índia aplicará para maiores de 18 anos a partir de 1º de maio, em uma tentativa de conter uma onda forte que faz estragos no país.

As perspectivas são sombrias na América Latina, onde o Peru, por exemplo, registrou mais de 400 mortes por covid-19 em 24 horas pela primeira vez no domingo. Já em outras partes do mundo há notícias positivas, como a flexibilização das restrições em várias nações europeias e o início de um corredor de viagens, uma "bolha", sem a necessidade de quarentena entre Austrália e Nova Zelândia.

Diante de uma segunda onda que ameaça colapsar hospitais, as autoridades da capital indiana, Nova Délhi, impuseram um confinamento de uma semana a partir de segunda-feira.

"Se não impormos um confinamento agora, teremos um desastre maior", afirmou o ministro chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal.

A Índia, com 1,3 bilhão de habitantes, relatou um recorde de 273.810 infecções na segunda-feira, o quinto dia consecutivo com mais de 200.000 casos.

Diante dessa situação, as autoridades tomaram a decisão de "permitir que todas as pessoas maiores de 18 anos sejam vacinadas a partir de 1º de maio", indicou o Ministério da Saúde.

A ambição indiana de vacinar toda a população esbarra na falta de doses. Até sábado, apenas 117 milhões haviam sido aplicadas.

Para atender a suas imensas necessidades, a Índia, que abriga a maior fábrica de vacinas do mundo, o Serum Institute, suspendeu as exportações e vai acelerar o processo de aprovação para uso de vacinas produzidas fora de seu território.

A situação crítica na Índia levou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a cancelar sua viagem oficial ao país marcada para o final de abril. O Reino Unido também decidiu proibir a entrada de viajantes daquele país, com exceção de cidadãos britânicos e residentes.

 

 

A vacinação avança nos países em ritmos muito diferentes. Nos Estados Unidos, 50,4% das pessoas com mais de 18 anos estão parcialmente imunizadas, enquanto 32,5% já estão totalmente vacinadas, índice que sobe para 65,9% entre as pessoas com mais de 65 anos.

Mais de 131,2 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina no país mais afetado pela pandemia, com mais de 567.000 mortes e 31 milhões de infecções.

Apesar da aplicação da vacina do grupo Johnson & Johnson ter sido suspensa na terça-feira passada, após o anúncio dos casos de seis mulheres - uma das quais faleceu - que desenvolveram graves coágulos sanguíneos depois que receberam o fármaco, o assessor médico da Casa Branca, Anthony Fauci, afirmou que este imunizante em breve voltará a ser utilizado, possivelmente com algumas restrições ou advertências sobre o uso.

Entretanto, a pandemia avança com força na América Latina.

O Peru registrou no domingo, pela primeira vez, mais de 400 mortes por covid-19 em 24 horas, em um momento de aumento de contágios provocado pela variante brasileira do vírus.

O governo anunciou o retorno, a partir de 25 de abril, de uma quarentena dominical obrigatória em Lima e em 41 das 196 províncias peruanas, principalmente da zona andina e da costa, consideradas em "risco extremo".

Para frear a propagação das variantes do vírus, a França anunciou nesta segunda-feira que vai multar em 1.500 euros (1.800 dólares) os viajantes procedentes de Brasil, Argentina, Chile e África do Sul que violarem a quarentena obrigatória de 10 dias após a chegada ao território francês.

 

Do outro lado do planeta, Austrália e Nova Zelândia vislumbraram a normalidade nesta segunda-feira, quando inauguraram um aguardado corredor de viagens sem quarentena, após quase 400 dias de fechamento da fronteira.

Para Lorraine Wratt, uma neozelandesa bloqueada pela pandemia quando estava com sua família na Austrália, é "fantástico" poder viajar novamente. "Viemos para a Austrália para passar o Natal com nossos filhos. Tínhamos planejado voltar em fevereiro, mas foi um pesadelo", disse.

O coronavírus matou mais de três milhões de pessoas no mundo e infectou pelo menos 140 milhões desde que foi detectado na China em dezembro de 2019.

Na Europa, vários países se preparam para flexibilizar as restrições. Isto acontecerá durante a semana na Bélgica, Eslovênia, Eslováquia, Mônaco e Dinamarca, entre outros.

Portugal iniciou nesta segunda-feira a terceira fase do desconfinamento progressivo, com a reabertura dos centros comerciais e das áreas internas de cafeterias e restaurantes, salas espetáculos, escolas do ensino médio e universidades.

A Grécia anunciou a suspensão da quarentena obrigatória de sete dias para viajantes "residentes permanentes" dos países da União Europeia, assim como do Reino Unido, Estados Unidos e Israel, entre outros.

A Suíça também iniciará nesta semana um processo de retomada da normalidade, com espaços ao ar livre permitidos em restaurantes, bares e cinemas, instalações esportivas e aulas presenciais na reabertura das universidades.

 

 

 

 

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