Sem ‘papas’ na língua: momentos em que os chefes da igreja católica criaram polêmicas com suas declarações
Algumas frases e declarações de papas criam mal-estar entre os religiosos e parte do público há anos
Na quarta-feira (26), um comentário feito pelo papa Francisco sobre o Brasil repercutiu nas redes sociais. Quando solicitado por um padre brasileiro para rogar pelo país, o chefe da igreja católica, com um sorriso no rosto, respondeu: "Vocês não têm salvação. Muita cachaça e nada de oração".
A fala gerou muitos memes e comentários de quem se divertiu com a declaração. Mas também houve quem se sentiu ofendido.
No entanto, não é de agora que os chefes da igreja católica se envolvem em polêmicas. As frases ambíguas têm criado mal-estar entre os religiosos e parte do público há anos.
João Paulo II
O primeiro papa a pisar no Brasil, João Paulo II, também protagonizou frases controversas. Em uma declaração sobre métodos contraceptivos, o religioso relacionou os anticoncepcionais à prática de aborto. "A Igreja condena como ofensa grave à dignidade humana e à justiça todas aquelas atividades dos governos ou de outras autoridades públicas, que tentam limitar por qualquer modo a liberdade dos cônjuges na decisão sobre os filhos. Consequentemente, qualquer violência exercitada por tais autoridades em favor da contracepção e até da esterilização e do aborto procurado é absolutamente de condenar e de rejeitar com firmeza”, afirmou.
Bento XVI
Renunciante do papado, Bento XVI enfrentou momentos de bastante conturbação no tempo em que foi papa. Em meio aos escândalos, uma de suas declarações sobre os mulçumanos não passou despercebida. "Mostra-me então o que Maomé trouxe de novo. Não encontrarás senão coisas más e desumanas, tal como o mandamento de defender pela espada a fé que ele pregava", afirmou em setembro de 2006.
A fala de Bento XVI gerou raiva do povo muçulmano e foi bastante criticada. Dois meses depois da declaração, o papa foi à Turquia e entrou em uma Mesquita Azul, tentando mostrar o seu respeito pela religião islâmica.
Outra frase marcante do religioso foi dita enquanto ele visitava Camarões e Angola. Ao tentar elogiar os projetos que instituições católicas desenvolviam no continente africano aos doentes de SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida), disse: “A realidade mais eficiente, mais presente em primeira linha na luta contra a Sida é precisamente a Igreja Católica, com os seus movimentos. Diria que não se pode superar este problema da Sida só com dinheiro, mesmo se necessário; mas se não há alma, se os africanos não ajudam [assumindo a responsabilidade pessoal], não se pode superá-lo com a distribuição de preservativos: ao contrário, aumentam o problema".
Francisco
O papa 'pop', como é também conhecido Francisco, aparenta não ligar para a repercussão de suas frases e vive fazendo declarações polêmicas.
Em 2013, após o vazamento da informação que um de seus seu assessores era homossexual, Francisco disse: "Se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?". A declaração foi bem recebida por parte do público, no entanto, houve quem não gostou. O religioso ainda completou: "Vocês veem muita coisa escrita sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um cartão de identidade a dizer que é gay. Dizem que há alguns. Quando alguém encontra uma pessoa assim, deve distinguir entre o fato de essa pessoa ser gay ou formar um lobby gay porque nem todos os lobbys são bons. Isso é que é mau".
Em outra ocasião, em uma visita às Filipinas, Francisco também deixou sua opinião sobre a reprodução dos fiéis católicos. "Deus deu-te os meios para seres responsável. Alguns creem, perdoem-me a expressão, que para serem bons católicos devem ser como coelhos”. O papa continuou: "A abertura à vida é uma condição do sacramento do matrimónio, mas isso não significa que os católicos devam fazer crianças em série. Falei com uma mulher, grávida do seu oitavo filho depois de sete cesarianas, e disse-lhe: 'Você quer deixar órfãs sete crianças'", disse.