Primeiros voos cancelados por erupção de vulcão nas Canárias
O gatilho para a decisão das companhias áreas foi por causa de uma nuvem de cinzas
Atualizada às 18h57
A erupção do vulcão na ilha espanhola de La Palma (Ilhas Canárias, sudoeste), que começou no domingo (19), causou nesta sexta-feira (24) a suspensão de voos, informaram as autoridades aeroportuárias espanholas.
"As companhias aéreas suspenderam os seus voos com origem e destino em La Palma", anunciou a AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea) em seu site, referindo-se a sete voos domésticos.
Uma gigantesca nuvem de cinzas foi o gatilho para a decisão tomada pelas companhias aéreas regionais Binter e Canaryfly e nacional Iberia. "Neste momento não é possível fazer uma previsão de quando os voos poderão ser retomados", anunciou a Binter em suas redes sociais.
Três voos de saída e quatro de chegada, todos domésticos, foram cancelados, acrescentou a AENA em seu site na internet.
A companhia Iberia anulou um voo procedente de Madri, cuja chegada estava prevista para as 19h10 locais (16h10 de Brasília).
Além disso, as autoridades decretaram novas evacuações.
Duas novas bocas eruptivas
Duas novas bocas eruptivas, das quais saía lava, se abriram no vulcão, informou o Instituto Vulcanológico das Canárias.
O instituto tinha informado mais cedo nesta sexta-feira que foram registradas várias explosões violentas e uma nova fissura no vulcão.
"Dado o risco acrescido para a população em razão do episódio eruptivo em curso", as autoridades das Ilhas Canárias emitiram uma "ordem de evacuação obrigatória para Tajuya, Tacande de Abajo e a parte não evacuada de Tacande de Arriba", bairros do município de El Paso, anunciou o serviço de emergência 112 no Twitter.
Uma espessa e maciça nuvem de cinzas e suas precipitações haviam levado as autoridades, algumas horas antes, a emitir uma ordem de confinamento para esses mesmos bairros de El Paso, antes de transformar essa ordem em evacuação.
Um vídeo divulgado pela Guarda Civil mostra um jardim totalmente coberto por "entre 30 e 40 centímetros" de cinzas.
Segundo os últimos dados do Copernicus, o sistema de medição geoespacial europeu, a lava do vulcão já destruiu 390 imóveis e cobriu 180,1 hectares de terreno, ou seja, 40 edifícios a mais em apenas dois dias, em uma ilha cuja principal atividade econômica é o cultivo da banana.
Já são mais de 6.100 pessoas evacuadas, entre elas 400 turistas, por uma erupção que, segundo os especialistas, pode durar semanas.
Por outro lado, já não existe a certeza de que a lava chegará ao mar, porque o fluxo cresceu de tal forma que o seu avanço diminuiu para alguns metros por hora.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, esteve em La Palma, onde anunciou um plano de recuperação para esta ilha de cerca de 85.000 habitantes.
Na próxima terça-feira (28), segundo anunciou em entrevista coletiva, "o conselho de ministros vai aprovar que a ilha de La Palma seja classificada como zona de catástrofe".
"A referida declaração será seguida da aprovação de uma série de medidas para conceder auxílios imediatos destinados a facilitar a moradia" aos vizinhos cujas casas foram destruídas.
Ele também prometeu "garantir a manutenção e abastecimento na ilha do sistema de irrigação”.