Reino Unido contradiz versão de Bolsonaro e nega pedido de acordo emergencial de alimentos
Os líderes se reuniram em Nova Iorque durante viagem para participar da Assembleia Geral da ONU
Na quinta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, com quem se encontrou esta semana em Nova Iorque, nos EUA, solicitou ao governo brasileiro um acordo emergencial para fornecer produtos alimentícios à Grã-Bretanha para evitar o desabastecimento.
"Ele [Johnson] quer um acordo emergencial conosco para importar algum tipo de alimento que falta na Inglaterra […]. Essa batata passei para a [ministra da Agricultura] Tereza Cristina", disse o chefe do Executivo nacional.
- "Vacinas salvam vidas", diz Boris Johnson durante encontro com Bolsonaro em Nova York
- Indignação do prefeito de Nova York, recomendação de Boris Johnson, refeição na rua e entrada pelos fundos de hotel: a ida de Bolsonaro aos EUA para Assembleia da ONU
- William Bonner chama atenção ao criticar Jair Bolsonaro no Jornal Nacional
Todavia, nesta sexta-feira (24) um porta-voz do governo de Johnson contestou o relato de Bolsonaro, dizendo que não tinha recordação da conversa, mas sem dar mais detalhes, reporta a agência Reuters. O Reino Unido enfrenta uma onda de escassez alimentícia por conta do Brexit, a saída do bloco da União Europeia, e da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Além disso, um aumento no preço do gás natural forçou algumas fábricas de fertilizantes britânicas a fecharem nas últimas semanas, levando a uma escassez de CO2 usado para colocar gás em cerveja e refrigerantes e atordoar aves e porcos antes do abate.
Bolsonaro também afirmou que Johnson lhe pediu para ajudar a aumentar as importações brasileiras de uísque do Reino Unido, mas o presidente brasileiro acrescentou que isso dependia de negócios privados e não de seu governo.