CRISE SANITÁRIA

Europa precisa de medidas urgentes contra pandemia de covid-19

Com mais de 2,5 milhões de casos e cerca de 30.000 mortes registradas em uma semana, a Europa é o continente mais afetado pela pandemia

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AFP

Publicado em 24/11/2021 às 23:52
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A União Europeia (UE) precisa adotar, "urgentemente", medidas de combate à nova onda da covid-19, porque, do contrário, o fardo sanitário será "pesado demais" entre janeiro e março - alertou o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), nesta quarta-feira (24).

Com mais de 2,5 milhões de casos e cerca de 30.000 mortes registradas em uma semana, o Velho Continente é de longe a região do mundo mais afetada pela pandemia, segundo dados oficiais coletados pela AFP. E a tendência segue em alta, especialmente nos países onde a taxa de vacinação é menor.

O Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC), agência sanitária da UE encarregada das epidemias, recomendou acelerar a vacinação e generalizar a dose de reforço para todos os cidadãos maiores de 18 anos, priorizando as pessoas com mais de 40 anos.

A agência europeia também pede um aumento do nível geral de vacinação na UE, especialmente nos países mais atrasados.

A Europa enfrenta um risco de fardo sanitário "muito alto" em pleno inverno "se não aplicar as medidas de saúde públicas com urgência", alerta o ECDC.

Na terça-feira, a OMS Europa disse temer 700.000 mortes adicionais antes da primavera boreal no conjunto de sua região, que inclui cinquenta países da Europa e da Ásia central. Toda essa área já registrou 1,5 milhão de mortes.

A variante delta do coronavírus, altamente contagiosa, reduziu a eficácia das vacinas contra a transmissão da doença em 40%, disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta quarta-feira.

"As vacinas salvam vidas, mas não evitam totalmente a transmissão da covid-19", explicou. "Há dados que sugerem que, antes da chegada da variante delta, as vacinas reduziam a transmissão em 60%, mas, com o surgimento dessa variante, caíram para 40%", continuou em entrevista coletiva.

Ainda abaixo de 70% da população total, o nível geral de vacinação no bloco e nos três países do Espaço Econômico Europeu reflete uma ampla insuficiência de vacinação, "que não pode ser resolvida rapidamente e que deixa caminho livre para o vírus se espalhar", adverte o ECDC.

Na UE, 67,7% da população recebeu duas doses da vacina, mas as diferenças são dramáticas entre os países. Na Bulgária, por exemplo, apenas 24,2% estão vacinados, contra 86,7% dos portugueses.

"Devemos nos concentrar, urgentemente, para compensar esse atraso na imunidade, propondo doses de reforço para todos os adultos e reintroduzindo medidas não farmacêuticas", aconselha Ammon, em um vídeo-comunicado.

Nesta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, afirmou que as doses de reforço da vacina anticovid devem estar disponíveis para os adultos, com prioridade para os maiores de 40 anos.

"As doses precisam estar disponíveis para os adultos, priorizando as pessoas maiores de 40 anos e as pessoas vulneráveis", disse a responsável em uma mensagem no Twitter.

Em outros países europeus, as restrições aumentam devido ao avanço da pandemia. A França vai anunciar na quinta-feira novas medidas, entre elas a "aceleração da vacinação", o "reforço do passaporte sanitário" e do distanciamento social e uso de máscara.

Na Itália, o governo decidiu que a partir de 6 de dezembro pessoas não vacinadas não poderão frequentar restaurantes, bares, cinemas, teatros, boates ou academias.

Além disso, todos os italianos com mais de 40 anos poderão receber a terceira dose, uma vez que tenham decorrido pelo menos cinco meses desde a segunda.

Novas restrições também foram decretadas na Eslováquia, com o fechamento de restaurantes e lojas não essenciais a partir de quinta-feira.

Em um contexto de cansaço generalizado da população, a luta contra a pandemia enfrenta o descontentamento social. Nos últimos dias, a Áustria e especialmente a Holanda registraram manifestações violentas contra as medidas sanitárias implementadas para deter esta nova onda do vírus.

Segundo a OMS, o aumento da pandemia na Europa é explicado pela prevalência da variante delta, muito contagiosa, por uma vacinação insuficiente e pela flexibilização das medidas anticovid.

 

 


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