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União Europeia bane aviões russos de seu espaço aéreo e promete armas à Ucrânia

A União Europeia (UE) anunciou neste domingo (27) um aumento da pressão sobre a Rússia por sua ofensiva contra a Ucrânia, com medidas que incluem o financiamento da compra e entrega de armas e equipamentos às forças ucranianas

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AFP

Publicado em 27/02/2022 às 16:59 | Atualizado em 27/02/2022 às 20:15
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Atualizada às 19h30

A União Europeia (UE) anunciou neste domingo (27) um aumento da pressão sobre a Rússia por sua ofensiva contra a Ucrânia, com medidas que incluem o financiamento da compra e entrega de armas e equipamentos às forças ucranianas e o fechamento do espaço aéreo da UE para aviões russos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou: "Estamos fechando o espaço aéreo da UE para os russos. Iremos propor a proibição de todas as aeronaves de propriedade russa, registradas ou controladas pela Rússia".

"Nosso espaço aéreo estará fechado para todos os aviões russos, incluindo os jatos particulares dos oligarcas", disse Ursula, ressaltando hoje que, "pela primeira vez, a UE irá financiar a compra e entrega de armas e equipamentos ao país atacado".

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que a reunião de chanceleres convocada em caráter de urgência para este domingo irá discutir o uso de linhas de financiamento "para fornecer às forças ucranianas armas letais, combustível, equipamentos de proteção e dispositivos médicos".

Entre as medidas anunciadas neste domingo, Ursula Von der Leyen mencionou a desarticulação da "máquina de imprensa do Kremlin" na UE, com a proibição de funcionamento das redes RT (Russia Today) e Sputnik.

A UE também anunciou que adotará sanções contra o governo bielorrusso, por ter permitido que seu país fosse usado como plataforma de lançamento da ofensiva russa contra a Ucrânia. O governo bielorrusso de Alexander Lukashenko "é cúmplice no ataque à Ucrânia", acusou Ursula.

Resposta à onda de refugiados

Os países da UE começaram neste domingo a organizar a recepção a centenas de milhares de ucranianos que fogem da ofensiva iniciada pela Rússia, e discutiram a possível concessão de uma proteção temporária.

Estima-se que cerca de 300.000 ucranianos já tenham deixado aquele país, a maioria em direção à Polônia. Os Estados membros da UE discutem uma resposta coordenada ao desafio.

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Pessoas vindas da Ucrânia descendo de uma balsa para entrar na Romênia depois de cruzar o Rio Danúbio - STEPHANIE LECOCQ / POOL / AFP

Reunidos em Bruxelas, os ministros do Interior europeus exibiram uma "grande maioria" a favor da implementação de uma Diretiva de Proteção Temporária, aprovada em 2002, mas, na prática, nunca usada. Essa iniciativa contempla a concessão de uma proteção temporária a refugiados de países vizinhos da UE e sua posterior distribuição entre os membros do bloco.

Os ucranianos com passaporte biométrico podem entrar no território da UE por um período de até três meses sem visto, mas a UE quer definir uma resposta mais ampla. A comissária europeia do Interior, Ylva Johansson, afirmou que este “é o momento certo” para implementar a diretiva.

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Ucranianos desembarcam na Polônia após deixar o país em meio aos ataques da Rússia - ODD ANDERSEN/AFP

A Bélgica foi um dos países que defenderam a sua implementação imediata. Ao chegar à reunião em Bruxelas, o ministro do Interior do país, Sammy Mahdi, defendeu a aplicação da diretiva para "garantir proteção em nível europeu. Estamos em um momento histórico da UE", ressaltou.

Para que possa ser implementado, o mecanismo requer o voto de 15 dos 27 países membros e que representem pelo menos 65% da população do bloco.

Ylva Johansson explicou que, neste momento, os ucranianos que entram no território europeu abrigam-se na casa de amigos ou familiares, e que apenas um "número limitado" dessas pessoas apresenta um pedido de asilo. Ela anunciou que viajará para a fronteira entre Romênia e Ucrânia nesta segunda-feira, para verificar as principais necessidades dos refugiados.

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