UCRÂNIA

Zelensky critica neutralidade adotada por Bolsonaro na guerra da Ucrânia com a Rússia

Presidente ucraniano cobrou apoio do Brasil em meio à guerra

Publicado em 19/07/2022 às 22:35 | Atualizado em 20/07/2022 às 1:18
SERGEI SUPINSKY / AFP
Volodymyr Zelensky - FOTO: SERGEI SUPINSKY / AFP
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Com Estadão Conteúdo

Em entrevista à Rede Globo, exibida nesta terça-feira (19) no Jornal Nacional, da TV Globo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, detalhou a ligação que recebeu do presidente Jair Bolsonaro e criticou o mandatário brasileiro.

"Ontem eu falei com o presidente Bolsonaro e sou grato a ele por essa conversa. Não foi a minha primeira conversa com o presidente do Brasil. Eu não apoio a posição dele de neutralidade. Eu não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo", disse.

Bolsonaro teria dito compreender, mas reforçar a neutralidade do País.

EUA alertam que Rússia quer anexar territórios ucranianos que controla

Os Estados Unidos acusaram, nesta terça-feira (19), a Rússia de promover planos para anexar mais território ucraniano.

O secretário de imprensa do Departamento de Defesa americano, John Kirby, afirmou que o país tem informação de que a Rússia está planejando anexar os territórios de Kherson, Zaporizhia, Donetsk e Luhansk.

De acordo com ele, o procedimento planejado pelo Kremlin é similar ao de 2014, quando a Rússia anexou a região da Crimeia. "A Rússia já está instalando representantes e funcionários ilegítimos nas áreas da Ucrânia que estão sob seu controle", acrescentou.

Essas autoridades ilegítimas nas áreas controladas por Moscou, segundo ele, devem organizar referendos que serão usados como desculpa para anexar os territórios, explicou Kirby.

De acordo com o secretário, o rublo russo seria estabelecido como moeda oficial destas regiões. "A anexação pela força será uma violação flagrante da Carta da ONU e os EUA não permitirão que fique sem resposta ou impune", disse Kirby. "É uma violação direta da soberania da Ucrânia."

Caso a Rússia siga em frente com o plano, a resposta dos EUA será "rápida e severa" e mais sanções serão impostas, disse Kirby. Ainda nesta semana, a Casa Branca anunciará um novo pacote de ajuda em armamento e equipamento à Ucrânia, acrescentou.

O porta-voz disse que estava "expondo" os planos russos "para que o mundo saiba que qualquer suposta anexação é premeditada, ilegal e ilegítima".

Visita a Washington

A primeira-dama ucraniana Olena Zelenska visitou a Casa Branca nesta terça-feira, parte de sua viagem de alto nível a Washington, em um momento em que a guerra russa em seu país entra em seu sexto mês.

Olena foi recebida pelo presidente Joe Biden e pela primeira-dama Jill Biden. O presidente presenteou Zelenska com um buquê de girassóis amarelos, hortênsias azuis e orquídeas brancas - que lembram as cores da bandeira ucraniana.

Olena e Jill tiveram uma reunião privada, depois realizaram uma reunião bilateral ampliada com Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas e outros integrantes do governo. Olena deve se dirigir ao Congresso americano na manhã de quarta-feira para atualizar as condições de segurança, econômicas e humanitárias em seu país.

As declarações ocorrerão menos de dois meses após o Congresso aprovar um pacote de ajuda de US$ 40 bilhões para Ucrânia em maio, que incluiu US$ 20 bilhões em ajuda militar, quase US$ 8 bilhões em ajuda econômica, quase US$ 5 bilhões em ajuda alimentar global e mais de US$ 1 bilhão em apoio combinado a refugiados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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