EUA

Steve Bannon, ex-conselheiro de Trump, é condenado por obstruir investigação de ataque ao Capitólio

Um júri de um tribunal federal considerou Steve Bannon culpado de desacato por se recusar a cooperar com a comissão do Congresso que investiga o ataque ao Capitólio

Amanda Azevedo
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Amanda Azevedo
Publicado em 22/07/2022 às 20:42 | Atualizado em 22/07/2022 às 22:02
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Bannon receberá sua sentença em outubro - FOTO: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP
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Da AFP

Um júri de um tribunal federal considerou Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, culpado de desacato por se recusar a cooperar com a comissão do Congresso que investiga o ataque ao Capitólio.

Bannon, de 68 anos, figura do populismo de direita nos Estados Unidos e diretor da campanha de Trump em 2016, receberá sua sentença em outubro.

Este discreto mas muito influente conselheiro manteve-se em contato com o ex-presidente republicano até aos dias que antecederam o assalto de 6 de janeiro de 2021. A comissão parlamentar pediu a Bannon que prestasse uma declaração e apresentasse documentos, o que ele recusou.

O júri de um tribunal federal em Washington deliberou por menos de três horas e considerou Bannon culpado em ambas as acusações que pesavam sobre ele. Ele pode ser sentenciado a entre um mês e um ano de prisão por cada acusação.

Bannon, expulso da Casa Branca em agosto de 2017, falou com Trump na véspera do ataque ao Congresso. Para averiguar sobre o que conversaram naqueles dias, a comissão parlamentar que investiga o ataque intimou Bannon a testemunhar e apresentar documentos.

Ele se recusou, invocando o direito dos presidentes de manter algumas conversas em segredo, o que levou o ex-assessor de Trump a ser acusado de "obstruir as prerrogativas investigativas do Congresso".

"Podemos ter perdido uma batalha hoje, mas não perderemos a guerra", declarou Bannon aos jornalistas após saber do veredicto. "Apoio Trump e a Constituição", acrescentou.

O presidente da comissão, o democrata Bennie Thompson, e sua vice-presidente, a republicana Liz Cheney, classificaram o resultado como uma "vitória para o Estado de direito".

"Assim como todos os responsáveis pelos fatos de 6 de janeiro devem prestar contas, qualquer um que obstrua nossa investigação sobre esses fatos deve assumir as consequências", disseram em um comunicado.

- Defesa silenciosa -

Na abertura dos debates, na terça-feira, a promotora Amanda Vaughn acusou Steve Bannon de se considerar "acima da lei".

O advogado de Steve Bannon chamou a comissão de perseguição política.

Bannon "ignorou as ordens de cumprimento, inclusive após o Congresso recusar seus pretextos" e avisar que seria julgado se não acatasse a citação, acrescentou Vaugh.

Segundo ela, a comissão tinha motivos para pensar que Bannon, assim como outros colaboradores do presidente, poderia ter informações sobre os vínculos entre Trump e seus simpatizantes que invadiram o Capitólio enquanto os congressistas certificavam a vitória presidencial do democrata Joe Biden.

A defesa não apresentou depoimentos no julgamento, que começou na segunda-feira com a seleção de júri, e Bannon não fez o uso da palavra para se defender.

Seu advogado, Evan Corcoran, denunciou perseguição política, garantindo que "ninguém ignorou a convocação de comparecimento" e que inclusive a data havia sido negociada.

Com a aproximação do julgamento, o ex-assessor chegou a aceitar cooperar com os legisladores. Mas a Promotoria denunciou "uma tentativa de última hora para evitar prestar contas" e o juiz responsável pelo caso decidiu manter o julgamento.

Antes de entrar na campanha de Donald Trump, Steve Bannon dirigia o controverso site de notícias Breitbart, uma plataforma da "direita alternativa", um movimento associado a teorias conspiratórias e integrado por militantes da supremacia branca.

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