Taiwan

China anuncia exercício militar antes de possível visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, a Taiwan

Uma possível viagem de Pelosi a Taiwan preocupa o governo Biden, que teme que Pequim a interprete como uma provocação

Amanda Azevedo
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Amanda Azevedo
Publicado em 29/07/2022 às 23:49 | Atualizado em 29/07/2022 às 23:51
SAUL LOEB / AFP
Pelosi, membro do Partido Democrata, não fez comentários sobre seus planos de visitar Taiwan - FOTO: SAUL LOEB / AFP
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Da AFP

A China anunciou um exercício militar para este sábado (30, noite de sexta-feira no Brasil), com uso de "munição real", no Estreito de Taiwan, antes de uma possível visita à ilha da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Contudo, Pequim acrescentou que as manobras serão limitadas e acontecerão muito perto da costa da China.

O país asiático considera Taiwan, uma ilha com cerca de 23 milhões de habitantes, como uma de suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o restante de seu território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949.

Pequim se opõe a qualquer iniciativa que ofereça legitimidade internacional às autoridades taiwanesas e a qualquer contato oficial entre Taiwan e outros países.

Funcionários do governo americano costumam visitar a ilha de Taiwan com frequência, mas a China considera que uma visita de Pelosi, a segunda na linha sucessória da Presidência e líder de uma das Casas do Legislativo federal, seria uma importante provocação.

Nesse contexto, as autoridades chinesas de segurança marítima disseram que realizariam, neste sábado (30), um "exercício militar" em frente à ilha de Pingtan, na província de Fujian (leste), no Estreito de Taiwan.

"Haverá disparos de munição real [...] entre 08h00 e 21h00 [21h00 de sexta e 10h00 de sábado em Brasília] e será proibida qualquer entrada" nessas águas, diz a nota, datada de quinta-feira, mas que só foi repercutida nos meios chineses nesta sexta.

Pingtan é o território controlado pela República Popular da China mais próximo a Taiwan. A região que receberá as manobras está a cerca de 120 quilômetros do litoral taiwanês.

Blinken espera que EUA e China administrem diferenças sobre Taiwan 'de forma inteligente'

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira (29) que espera que seu país e China consigam administrar suas diferenças sobre Taiwan.

Quando perguntado sobre os planos de Pelosi, Blinken evitou o tema e se limitou a reforçar que, em uma ligação telefônica na quinta-feira, o presidente Joe Biden insistiu a seu homólogo chinês, Xi Jinping, que os Estados Unidos "se opõem firmemente a qualquer esforço unilateral" para mudar o status de Taiwan.

"Temos muitas diferenças em relação a Taiwan, mas nos últimos 40 anos convivemos com esta diferença de forma que preserve a paz e a estabilidade, permitindo a prosperidade da população de Taiwan", disse Blinken.

"Seria importante, como parte de nossa responsabilidade compartilhada, seguir administrando isto de uma maneira inteligente que não acredita na perspectiva de um conflito e mantendo abertas as linhas de comunicação sobre o tema", disse Blinken a jornalistas.

"Cremos que a comunicação direta entre líderes é o aspecto mais essencial para cumprir com nossas responsabilidades de administrar os problemas como os de Taiwan da maneira mais responsável possível", acrescentou.

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