Mais de 5.000 voos foram cancelados nos Estados Unidos na quinta-feira devido à tempestade de inverno Elliot, que atrapalhou os planos de viagem para o Natal com a ameaça de nevascas e fortes e ventos, além do frio intenso.
Vários estados declararam estado de emergência, incluindo Nova York, Oklahoma, Kentucky, Geórgia e Carolina do Norte. A onda de frio também deve atingir o sul do Texas.
Relatos de estradas cobertas de neve chegam de todo o país e a imprensa informou sobre vários acidentes.
A rodovia I-90, que atravessa o norte dos Estados Unidos, foi fechada no estado de Dakota do Sul e as autoridades alertaram que a reabertura deve acontecer nesta sexta-feira.
"Várias estradas secundárias são consideradas atualmente como 'intransitáveis'... devido à neve profunda e aos ventos", afirmou a Administração de Transportes de Dakota do Sul.
"Isto não é como um dia de neve quando você era criança", disse o presidente Joe Biden aos jornalistas, em uma reunião informativa na Casa Branca sobre a situação do clima e do transporte. "Isto é algo sério", acrescentou, pedindo que as pessoas fiquem atentas às advertências das autoridades locais.
Na quinta-feira foram cancelados mais de 5.000 voos e outros 24.000 foram adiados, segundo o rastreador FlightAware.
A maioria dos cancelamentos ocorreu nos aeroportos de Chicago O'Hare ou Denver, ambos internacionais.
Meteorologistas da AccuWeather disseram que a tormenta poderia se transformar rapidamente no que se conhece como um "ciclone bomba", quando a pressão cai e uma massa de ar frio se choca com outra de ar quente.
Michael Charnick, do Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês) publicou um vídeo no Twitter no qual é possível observar motoristas lutando contra o tempo ruim em uma estrada entre Colorado e Wyoming, onde a temperatura com ventos gelados despencou para -40°C.
O NWS emitiu mensagens de advertência no Twitter, afirmando que rajadas de neve já estavam ocorrendo ou eram esperadas das planícies centrais até a costas leste e nordeste do país.
"As pessoas expostas ao frio extremo estão suscetíveis ao congelamento em questão de minutos", advertiu o serviço de meteorologia. "As áreas mais propensas ao congelamento são a pele desprotegida e as extremidades, como mãos e pés. A hipotermia é outra ameaça durante o frio extremo".
O frio é tão intenso que permitiu às pessoas publicar vídeos fazendo o chamado "desafio da água fervendo", no qual água fervente é jogada no ar e congela imediatamente.
'Aconselha-se a NÃO VIAJAR'
No Centro-Oeste, as condições de vento deixaram cerca de 100 motoristas ilhados em Rapid City e Wall, na Dakota do Sul, tuitou o escritório do xerife do condado de Pennington. "Aconselha-se NÃO VIAJAR", acrescentou.
Em Minneapolis e Saint Paul caíram mais de 20,3 centímetros de neve no espaço de 24 horas, informou o NWS em uma atualização na manhã de hoje.
Mais a leste, em Buffalo, Nova York, os meteorologistas disseram que se trata de uma "tempestade única em uma geração", com rajadas de vento de mais de 105 km/h, sensação térmica de entre 10 e 20 graus abaixo de zero e cortes de energia dispersos ou possivelmente generalizados.
A sensação térmica deve chegar a 55 graus negativos na região das Grandes Planícies.
Do outro lado da fronteira, o leste do Canadá se preparava para condições similares, com fortes nevascas e temperaturas em rápido declínio.
O aeroporto de Toronto, o mais movimentado do país, já sentia a crise do caos climático, com atrasos e cancelamentos.
Pico de movimento
A tempestade coincide com um boletim da Administração de Segurança no Transporte, que afirma que o volume de viagens para as festas de fim de ano estava próximo dos níveis anteriores ao pico da pandemia de covid-19, com maior movimento nesta quinta, três dias antes do Natal.
As companhias American Airlines, Southwest Airlines e United Airlines já haviam tomado medidas para emitir isenções e permitir aos passageiros mudar seus voos sem custos adicionais.
A Associação Automobilística Americana (AAA) estimou que mais de 112 milhões de pessoas farão deslocamentos superiores a 80 km entre sexta-feira e 2 de janeiro, a maioria deles em automóveis.
Comentários