Guerra pode atingir o continente Africano caso o Egito libere a entrada no país, afirma especialista
De acordo com dados divulgados nesta manhã (13) o exército israelense conseguiu reunir 360 mil reservistas
Desde o sábado 7 de outubro, o movimento islâmico palestino Hamas entrou em confronto com Israel. O grupo deixou cerca de 1.200 israelenses mortos, já na Faixa de Gaza os bombardeios israelenses, enviados em resposta, deixaram 1.537 mortos. O conflito está sendo considerado um dos maiores dos últimos anos.
O professor especialista em geopolítica João Correia, em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (13), abordou os problemas de segurança de Israel, a visita do secretário dos Estados Unidos ao país e a neutralização do grupo Hamas.
EGITO
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, vistou Israel nesta quinta-feira (12), durante passagem ele falou sobre a importância da criação de um corredor humanitário e para o especialista isso seria ousado, pois para a criação do corredor seria necessário que o Egito, que faz fronteira com Gaza, abrisse a passagem sul, a chamada Rafah.
"Só que o Egito até essa manhã estava com a fronteira fechada, determinado quem pode ou não passar, de um lado para o outro. Para Hamas a abertura da passagem seria bom, porque se a sociedade civil deixa a Gaza para Israel fazendo uma incursão terrestre, seria o melhor cenário para atingir os alvos do Hamas. Porém o Egito não confia no grupo e o Egito teme que abrindo essa passagem os terroristas do Hamas podem entrar no Egito", explicou o professor.
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De acordo com ele com a abertura dessa passagem a guerra migraria para o Egito e já atingiria outro continente, o africano. "A guerra chegando nesse continente, vai atingir uma proporção ainda maior", continuou.
EXÉRCITO ISRAELENSE
Correia informou que o exército israelense conseguiu reunir 360 mil reservistas. Judeus do mundo todo estão voltado para o país para servir nas Forças Armadas. O especialista também relembrou que se o país entrar na Faixa de Gaza, não será a primeira vez, pois há 4 anos o exército israelense já entrou no local.
"Em 2007, 2011 e em momentos de 2019, Israel, já entrou na faixa de Gaza, do ponto de vista terrestre com tanques e saldados. A pergunta que a gente tem que fazer agora é se vão entrar para exterminar os membros do Hamas? Se Israel vai entrar como sempre fez e sair com um dia ou dois dias ou vai ocupar. Existe esse questionamento dentro do governo do gabinete segurança de Israel", explicou.
Para o especialista a Faixa de Gaza precisa ser ocupada permanentemente por meses pelas forças de defesas de Israel para que haja um trabalho específico para neutralizar as forças do grupo. "Mas chamo a atenção para um outro detalhe, o terrorismo, ele se alimenta da discórdia, da violência e do caos. Na medida em que se diz 'morrem dentro da Faixa de Gaza por efeitos oriundos de uma guerra que o Hamas iniciou no sábado', a narrativa que prevalece na faixa, se você conversar com o cidadão comum, é que já é a potência e a repressora, a potência assassina e na medida que alguns civis vão morrendo inevitavelmente com os ataques. A quantidade de pessoas dentro da Faixa de Gaza apoiando a as ideias do Hamas acaba crescendo", afirmou.
NEUTRALIZAÇÃO
O professor declarou durante a entrevista que concorda que os Hamas necessitam de neutralização e que as fontes que fornecem o dinheiro para construção das armas precisam ser identificados, mas que Israel também precisa analisar sua segurança.
"É preciso entender o crescimento do Hamas, praticamente no no quintal da sua casa, há poucos quilômetros das forças de defesa de Israel, é uma falha da própria segurança de Israel. Dizem que não é um momento para buscar os culpados, mas hoje pela manhã já saiu um relatório mostrando que os três balões de segurança que ficam no centro no norte a faixa, utilizados para monitorar o movimento dos Hamas, estavam quebrados há três semanas", explicou João Correia.
Com a quebra desses balões não havia como o Israel monitorar a movimentação do grupo
"É preciso saber que se o maior problema não for resolvido a questão social, econômica e política, outros grupos, como Hamas vão surgir", disse o especialista, sugerindo que o país precisa resolver os problemas internos para cuidar dos externos.
Entenda o conflito
O inicio do conflito entre os palestinos e judeus se arrasta por décadas, mas esse é o maior conflito na região nos últimos anos.
A disputa territorial marcou o inicio do combate entre os países. Essa rivalidade se iniciou com o crescimento da população judia na Palestina se tornando um dos conflitos mais duradouros da história.
Segundo o portal Uol, um dia antes do ataque do Hamas a Israel, eram os 50 anos do início da Guerra do Yom Kippur, na qual o Egito e a Síria conduziram ataques contra Israel para recuperar territórios tomados na Guerra dos Seis Dias em 1967.
Ainda de acordo com o portal, o conflito atual, teve iniciou no momento que a Arábia Saudita iria reconhecer Israel oficialmente como estado autônomo e independente.